Com apenas 9,3% dos alagoanos aderindo a planos de saúde, pressão sobre o SUS é maior que em estados como RN
Ao analisar dados do Datasus sobre a relação população/plano de saúde, o provedor da Santa Casa de Maceió, Humberto Gomes de Melo, chegou a números que mostram semelhanças entre Alagoas e Rio Grande do Norte, mas também diferenças que afetam diretamente o SUS em solo alagoano.
"É possível comparar Alagoas com o Rio Grande do Norte – estados que possuem cerca de 3 milhões de habitantes. A diferença é que enquanto no estado potiguar 15,1% da população possui assistência privada, em Alagoas são apenas 9,3%. O Rio Grande do Norte possui 473 mil pessoas atendidas por planos de saúde, 180 mil a mais que os 291 mil registrados em Alagoas", lamentou Humberto Gomes.
"A melhor forma de equilibrar a relação entre receitas e despesas no SUS seria estimular os alagoanos a aderirem aos planos de saúde. Neste sentido, as operadoras deveriam ser mais atuantes assim como as empresas deveriam estender esse benefício a seus funcionários. Assim, o SUS seria utilizado apenas por quem realmente não tem recursos", acrescentou.
Complementando esse esforço, deveria haver uma maior descentralização do atendimento assistencial e ambulatorial, de forma que os pacientes fossem atendidos em seus municípios, ao invés de se dirigirem para a capital, sobrecarregando os parcos recursos existentes para a média e alta complexidade destinados aos moradores de Maceió.
PER CAPITA
As discrepâncias na relação entre despesas e número populacional são visíveis também quando comparamos o montante gasto pelo Ministério da Saúde com os pacientes do SUS em relação ao que as operadoras de planos de saúde desembolsam com sua clientela.
Todo orçamento do Ministério da Saúde no ano passado girou em torno de R$ 66 bilhões, mas para área de assistência hospitalar e ambulatorial foram destinados R$ 32 bilhões para atender 190 milhões de pessoas. Enquanto isso, as operadoras de planos de saúde atenderam a apenas 42 milhões de pessoas com R$ 62 bilhões. Ou seja, o dobro do que o Ministério da Saúde gastou com assistência hospitalar e ambulatorial com todos os brasileiros.
Calculando a per capita, o SUS desembolsou apenas R$ 171,87 por habitante com assistência hospitalar e ambulatorial enquanto as operadoras gastaram R$ 1.476,19 por cliente.
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