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Santa Casa de Maceió integrará rede para difundir nova técnica de ponte de safena

Cirurgião cardíaco Domingos Ramos radicado na Suécia

Cirurgião cardíaco Domingos Ramos radicado na Suécia

Em 1987, o cirurgião cardíaco brasileiro Domingos Ramos de Souza mudou-se para a Suécia em busca de novos horizontes para desenvolver a sua prática médica e pesquisar novos tratamentos.
Nascido no Rio de Janeiro e com planos para voltar ao Brasil, o especialista esteve em Maceió no último final de semana para compartilhar o resultado de um estudo que, após 18 anos de intensa pesquisa, promete melhorar o resultado das cirurgias coronarianas, também conhecidas como ponte de safena.
A nova técnica, conhecida como “No touch” (Não toque, em português), foi apresentada no Simpósio Internacional de Revascularização Cirúrgica do Miocárdio. O evento científico reuniu no Centro de Estudos da Santa Casa de Maceió importantes nomes da Medicina nacional e internacional.
A técnica atual

A cirurgia das coronárias é um procedimento cuja eficácia é reconhecida em todo o mundo há mais de 40 anos. Ela é necessária quando ocorre o estreitamento das artérias provocado pelo acúmulo de gordura. A dificuldade na passagem do fluxo sanguíneo provoca fortes dores no peito, o que pode levar ao infarto do miocárdio se não tratado.
Na cirurgia das coronárias retiram-se artérias ou veias de outra parte do corpo do paciente – geralmente a perna – para enxertá-las nas artérias coronárias. O enxerto funciona como um desvio ao fluxo sanguíneo, facilitando a circulação coronária para o coração. 

A nova técnica

Descoberta na década de 90, a técnica “No touch”, pesquisada pelo brasileiro Domingos Ramos de Souza, evita possíveis lesões que a técnica tradicional acaba provocando na veia. “Ao ser retirada da perna a veia entra em espasmo e se contrai precisando ser dilatada antes de ser enxertada no paciente. Todo esse processo leva à lesão das paredes da veia, que pode trazer problemas no futuro ao paciente”, explicou Domingos Ramos.
Na técnica “No touch” a veia é retirada junto com a gordura, com o tecido que a cerca. “É por isso que ela não entra em espasmo e não sofre lesão”, completou o especialista. Há 18 anos Domingos Souza acompanha um grupo de 110 pacientes que se submeteram ao “No touch”. O resultado é que 92% permaneceram com as veias em pleno funcionamento, diferente do registrado pela técnica convencional, cujo percentual chega a apenas 70%.
Domingos Souza anunciou que está estruturando uma rede de centros de excelência em todo o mundo para difundir a nova técnica. No Brasil, alguns complexos integrarão a rede, entre eles, a Santa Casa de Maceió, por meio do Instituto de Doenças do Coração e do cardiologista José Wanderley Neto.

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