Santa Casa de Maceió subsidiou o SUS em R$ 21,5 milhões em 2011
A assembleia anual da Irmandade da Santa Casa de Maceió aprecia nesta sexta (27) as contas de 2011 da instituição em encontro realizado no Centro de Estudos Professor Lourival de Melo Mota.
Em seu discurso, o provedor da Santa Casa de Maceió, Humberto Gomes de Melo, afirmou que a instituição cumpriu a sua parte ao disponibilizar mais de 60% dos leitos para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme preconiza a Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009.
Já o Ministério da Saúde, infelizmente, não fez a sua parte. Em 2011, a Santa Casa de Maceió precisou subsidiar o Sistema Único de Saúde em mais de R$ 21,5 milhões.
O Prohosp – instituído pela Secretaria Estadual de Saúde e complementado, em parte, pela Secretaria Municipal de Saúde de Maceió – repassou em 2011 cerca de R$ 6,2 milhões.
Este aporte contribuiu para minimizar os prejuízos no atendimento ao SUS, mas, ainda assim, o subsídio da Santa Casa de Maceió ao Sistema Único de Saúde foi de R$ 15,3 milhões.
Cobrindo o déficit
Como nos anos anteriores, a Santa Casa de Maceió precisou lançar mão de receitas oriundas de convênios e particulares para cobrir a diferença. “Tais recursos poderiam ser investidos na instituição, na ampliação de leitos, reforma da estrutura física, aquisição de equipamentos e na oferta de novos serviços para a população”, afirmou Humberto Gomes de Melo.
A receita líquida da Santa Casa de Maceió superou em 15,86% o registrado em 2010, tendo alcançado a cifra de R$ 148,7 milhões, sendo a participação do Sistema Único de Saúde, com os incentivos do Prohosp, de 40%.
“Mesmo com o enorme prejuízo causado pelo SUS, a instituição registrou em 2011 um superávit de R$ 6,4 milhões, totalmente utilizados em investimentos que, no ano de 2011, foram de R$ 6,9 milhões”, contabilizou o executivo.
Já a imunidade tributária, garantida por lei, ficou em cerca de R$ 16,5 milhões em 2011, benefício contábil que não cobriu o déficit de R$ 21,5 milhões do SUS.
Mais
Para entender melhor o que representa esse déficit nas contas da Santa Casa de Maceió, vale o seguinte comparativo: para cada R$ 100,00 de despesas com os pacientes do SUS, a instituição recebeu apenas R$ 63,85.
O quadro é mais gritante quando comparamos a assistência hospitalar. Os 61,8 mil pacientes-dia geraram um custo de R$ 33,9 milhões, enquanto a instituição recebeu do SUS R$ 14,9 milhões, ou seja, para cada R$ 100,00 de despesas com internações hospitalares, a Santa Casa recebeu do Sistema Único de Saúde apenas R$ 43,95.
“Mesmo com as imensas dificuldades enfrentadas em 2011, os resultados que apresentamos são altamente gratificantes, com aumentos significativos em todas as áreas, tanto no que diz respeito à produção dos serviços como em relação aos recursos financeiros”, disse o provedor.
E finalizou: “Os números mostram indicadores financeiros que colocam a Santa Casa de Maceió em posição de destaque no ranking das maiores instituições hospitalares do País, tanto perante a sociedade alagoana e à rede bancária.”
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