Com paralisação, hospital deixou de realizar 600 cirurgias em crianças
Responsável por mais de 75% das cirurgias pediátricas da Santa Casa de Maceió pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital Nossa Senhora da Guia realizou também em 2011, um total de 5.355 internações obstétricas .
A unidade realiza atualmente cirurgias pediátricas geral, otorrinolaringológicas, ortopédicas e plásticas, suprindo diversas lacunas na saúde alagoana. “Há quatro meses não realizamos cirurgias pediátricas. Ou seja, mais de 600 procedimentos deixaram de ocorrer no período, desesperando muitos usuários do SUS”, disse o coordenador médico do Hospital Nossa Senhora da Guia, Luciano Agra, referindo-se à greve dos anestesiologistas por melhorias na tabela de remuneração.
Persistindo o atual cenário, também serão prejudicadas as crianças que esperam por uma cirurgia de correção de lábio-leporino na Operação Sorriso. A edição deste ano, inclusive, está ameçada de não ocorrer.
Por enquanto apenas o Projeto Jacintinho continua em atividade no Hospital Nossa Senhora da Guia. A iniciativa realiza atendimento ambulatorial e cursos para gestantes visando reduzir a mortalidade materna-infantil em Alagoas.
Como o reajuste de 150% na tabela do SUS foi concedido apenas aos anestesiologistas, outras categorias também decidiram parar.
Arcando com prejuízos que beiram R$ 300 mil mensais, a instituição optou por manter o Hospital Nossa Senhora da Guia com as atividades paralisadas.
“Não privem o povo alagoano do atendimento do Hospital Nossa Senhora da Guia. Hoje a unidade é essencial na assistência materno infantil em nosso estado“, disse Luciano Agra, num pedido direto aos gestores públicos alagoanos, entre eles o próprio governador Teotônio Vilela, o prefeito Cícero Almeida, os secretários estadual e municipal da Saúde, Alexandre Toledo e Adeílson Loureiro, entre outros.
“A solução é simples. Oferecer aos cirurgiões, obstetras e pediatras o mesmo reajuste da tabela concedida aos anestesistas e definir urgentemente a contratualização da Santa Casa de Maceió e do Hospital Nossa Senhora da Guia. Se isso não ocorrer, as maternidades públicas continuarão superlotadas e os usuários pediátricos sofrendo”, declarou Luciano Agra.
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