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Santa Casa de Maceió implanta protocolo de jejum abreviado a partir desta segunda (24)

Nutricionista Sílvya Souza

Nutricionista Sílvya Souza

Nos primórdios da anestesiologia, por volta do século XIX, o paciente podia se alimentar até duas horas antes da cirurgia. Com as complicações verificadas em pacientes por conta desse curtíssimo prazo, o chamado jejum pré-operatório foi sendo ampliado ao longo da história até chegar às atuais 8 horas de dieta zero.
Hoje, baseado em estudos científicos, médicos e instituições como a Santa Casa de Maceió estão adotando rotinas que reduzam esse tempo, aliando o bem estar do pacientes à segurança assistencial.
A partir desta segunda-feira (24), os pacientes cirúrgicos eletivos da Santa Casa de Maceió não precisarão mais seguir o jejum prolongado de no mínimo 8 horas prescrito pela Medicina e que é prática comum na maioria dos hospitais brasileiros.
O Projeto de Jejum Abreviado, adotado agora pela instituição, busca evitar um quadro bastante comum em unidades de internação de todo o país: crianças e adultos em jejum por períodos que variam de 8h a 22h.
"A implantação deste projeto foi fruto de um intenso trabalho multiprofissional, envolvendo nutricionistas, médicos, enfermeiros, psicólogos e farmacêuticos", disse a nutricionista Silvya Souza.
Com a iniciativa, a Santa Casa de Maceió inclui Maceió no seleto grupo de hospitais e cidades que investiram neste tipo de ação. Cuiabá, Porto Alegre e Fortaleza foram as pioneiras no Brasil.
O Projeto de Jejum Abreviado baseia-se em um dos componentes do Programa Multimodal denominado Acerto (Aceleração da Recuperação Total Pós-operatória), implantado no Hospital Universitário Júlio Muller de Mato Grosso, que por sua vez é referenciado no programa europeu (ERAS).
Para tanto, a Santa Casa de Maceió enviou uma nutricionista até Cuiabá para conhecer a iniciativa e trazer para Alagoas todo o conhecimento aplicado no Hospital Júlio Muller. Essencialmente, trata-se de um programa que visa acelerar a recuperação pós-operatória de pacientes.
Conforme explica Silvya Souza, inicialmente o Jejum Abreviado beneficiará apenas os pacientes cirúrgicos, mas, em breve será expandido para exames como ultrassonografia abdominal, cateterismo e angioplastia.

Maltodextrina
No Projeto Jejum Abreviado os pacientes ingerem 200 ml de maltodextrina duas horas antes da intervenção cirúrgica. Esse composto é um carboidrato formado por polímeros de glicose de fácil absorção pelo organismo, que permite manter o equilíbrio nutricional do paciente ao mesmo tempo em que mantém o indivíduo em condição similar à tradicional dieta zero.
Conforme explica Sílvio Marcos Lima, coordenador do Serviço de Anestesiologia da Santa Casa de Maceió, o estômago precisa estar em jejum durante o processo anestésico para proteger o paciente de reações do organismo como o regurgitamento. Como o paciente perde a capacidade de tossir, havendo alimento no estômago, pode ocorrer o regurgitamento (vômito) do fluxo gástrico e atingir o pulmão por meio da glote, válvula que controla a entrada de ar nos pulmões. A presença de corpos estranhos no pulmão pode infeccionar o órgão, podendo levar o paciente a contrair pneumonia química e possivelmente a óbito.
"O jejum abreviado é o equilíbrio entre a correta alimentação pré-operatória e a ingesta de um composto de carboidratos que permita reduzir as complicações do jejum, entre elas a irritabilidade, o estresse, a resistência à insulina, a hipoglicemia entre outros", complementou Sílvio Marcos Lima, que também é membro da Sociedade Brasileira de Anestesiologia e membro afiliado da American Society of Anesthesiologists.

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