Acreditação Canadense Internacional é a nova meta da Santa Casa de Maceió, anuncia Humberto Gomes
Após se tornar uma das cinco Santas Casas no País certificada segundo as normas da Organização Nacional de Acreditação (ONA), a Santa Casa de Maceió se prepara agora para dar mais um passo em direção à qualidade e à assistência segura ao paciente: a Acreditação Canadense Internacional (ACI).
A convite do provedor Humberto Gomes de Melo, o superintendente do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), Rubens Covello, esteve em Maceió essa semana onde apresentou o modelo de Acreditação Canadense (Qmentum) a diretores, gerentes, coordenadores e líderes da instituição.
Na abertura do encontro, o provedor Humberto Gomes lembrou que a Acreditação da Santa Casa de Maceió junto à ONA foi conseguida graças ao empenho pessoal e coletivo dos colaboradores visando este objetivo.
“Agora, está nas mãos de cada um de vocês atingirmos mais este objetivo”, disse o executivo, lembrando que a instituição gerou mais de mil novos empregos durante os 10 anos de sua gestão à frente da Santa Casa, o que fez da entidade a maior empregadora do Estado na última década.
Segundo Luis Cláudio Albuquerque, gerente da Qualidade e Planejamento da Santa Casa de Maceió, os trabalhos visando a Acreditação Canadense Internacional ocorrerão em paralelo aos preparativos para o Nível 3 da Acreditação, que será submetido à auditoria do IQG no final do ano.
Acreditação
Mas, afinal de contas o que é a Acreditação? Conforme citou o superintendente do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), Rubens Covello A título de comparação, a Acreditação representa para todos hospitais o que a ISO é para o mercado corporativo.
“Trata-se de um processo que as organizações de saúde utilizam para avaliar e implementar a segurança dos serviços prestados ao paciente”, resumiu Rubens Covello. Significa identificar antecipadamente quais são os riscos possíveis durante o atendimento de um paciente e estimular a melhoria contínua dos processos internos a fim de evitar que esses riscos se tornem realidade.
A Acreditação se traduz em práticas de gestão e de assistência mais transparentes e seguras, já que envolvem a verificação diária de atividades e serviços em comparação a padrões de excelência conhecidos.
O Certificado de Acreditação, concedido aos hospitais após auditoria, é conferido por agências independentes e idôneas, como a brasileira Organização Nacional de Acreditação (ONA), fundada em 1999.
História
Nos Estados Unidos, pioneiro nesse campo, o primeiro manual de padrões mínimos para a assistência hospitalar data de 1917 e a primeira agência acreditadora – a entidade independente américo-canadense Joint Commission on Accreditation of Hospitals (JCAH) – em 1951. Em 1952, a JCAH publica o primeiro Manual de Padrões para Acreditação Hospitalar e em 1959 a Associação Médica Canadense desliga-se do comitê americano para fundar sua própria agência acreditadora.
Dois caminhos
Em sua palestra, o superintendente do IQG, Rubens Covello, explicou que atualmente existem ao menos cinco agencias acreditadoras que são Modelo de Excelência Internacional, cada uma com filosofia e formatos próprios. São elas: a do Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e Japão.
“Por que optamos pela Acreditação Canadense?”, perguntou o próprio Rubens Covello, respondendo em seguida. “Devido a origem multicultural do Canadá, o modelo canadense abre espaço para considerar as demandas locais, diferente de outros modelos, onde ocorre o contrário: à realidade local precisa se adequar inteiramente as normas da agência”, citou.
“E qual a diferença entre americanos e canadenses?”, mais uma vez Rubens Covello responde: “Enquanto os americanos centram suas atenções nos resultados, o foco dos canadenses é a segurança do paciente”.
Adesão à ACI no Brasil
Com a adesão de diversos países à Acreditação Canadense Internacional (ACI) foi necessário criar uma entidade internacional certificadora destinada às agências acreditadoras nacionais, como a ONA. Essa entidade denominou-se ISQua.
Atualmente 43 instituições estão em diferentes níveis de certificação pela ACI, das quais apenas duas no Nordeste: uma em Sergipe e outra no Ceará. Até o momento apenas 43 organizações de saúde brasileiras são certificadas pela Acreditação Canadense, entre elas os hospitais AC Camargo (SP), Barra D Or (RJ), Quinta D Or (RJ), Pro Cardíaco (RJ), 9 de Julho (SP) entre outros.
“Essencialmente a Acreditação Canadense Internacional foca em quatro pilares: a segurança do paciente, o envolvimento com o entorno, o conceito de times [de trabalho] e o planejamento estratégico”, destacou Rubens Covello.
Denominado Programa Qmentum Internacional (Qualidade no momento), o programa canadense de acreditação aposta na redução de eventos adversos, no aumento da confiabilidade, na redução de custos e no aumento da rentabilidade sempre focando na melhora da qualidade e da segurança dos cuidados com o paciente e no atendimento às necessidades da população.
Para tanto, acrescenta Rubens Covello, é preciso alcançar objetivos básicos como o comprometimento dos profissionais com a Acreditação; a valorização dos profissionais com melhor desempenho no cuidado assistencial; mudanças no nível de informação facilitando seu compartilhamento.
“Atualmente, existem operadoras de saúde que possuem tabelas de remuneração diferenciadas para as organizações de saúde que prestam um serviço de excelência. Tais remunerações chegam a ser partilhadas com equipes de setores estratégicos”, disse Covello.
Como a Acreditação brasileira, a ACI também possui níveis diferenciados de excelência: o nível de entrada (ouro), seguido pelo platina e o diamante. Outro diferencial é a adoção de times de profissionais, a estruturação de 15 protocolos que reúnem as práticas essenciais exigidas pelo Qmentu e a ferramenta “tracer”, que permite “tracejar” a cadeia de eventos afetos ao paciente que permitam identificar evidências que possam melhorar os processos de qualidade e segurança dos cuidados assistenciais.
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