Coluna vertebral: mochila não pode superar 10% do peso da criança
“Quem não tem hoje, terá algum dia.” Essa frase enigmática, do reumatologista Georges Christopoulos, refere-se a uma patologia bastante frequente na população, principalmente após os 60 anos, mas que atinge qualquer faixa etária em maior ou menor grau. Estamos falando da artrite, ou seja, da inflamação das articulações, cuja mais comum é a que afeta a coluna. Em época de volta às aulas, o especialista alerta pais e responsáveis para evitar que o peso das bolsas escolares superem 10% o peso da criança, o que pode levar a problemas futuros, como o desgaste nas juntas da coluna.
De forma resumida e clara, a artrite é o resultado do processo inflamatório das articulações, ou seja, das juntas. Esse complexo – que liga um osso a outro – permite a articulação de braços, pernas, mãos, coluna, pescoço etc. As juntas incluem ossos, cartilagens, ligamentos e a cápsula que envolve todo o conjunto. “Para se ter uma ideia, cada mão possui ao menos 20 articulações”, diz o especialista.
Quem possui doenças auto-imunes, como o lúpus ou a artrite reumatóide, sente na pele (ou melhor, nos ossos) as dores provocadas pela artrite. Mas eles não são os únicos: quem passou por algum tipo de trauma (um acidente doméstico, por exemplo), contraiu algum tipo de agente infeccioso ou sofreu desgaste nas juntas (devido a excessos desportivos ou má postura) também conhecem de perto o fardo que representa a artrite.
No amplo universo de artrites – a literatura médica soma mais de mil tipos diferentes – a mais comum é a artrite reumatóide que atinge a coluna. A maior parte desse tipo de artrite é provocada por infecções que podem ocorrer entre a base do crânio (pescoço) e o cóccix (imediação das nádegas).
A lista de fatores que põem a coluna em risco é extensa e incluem a má postura no sentar e andar; os excessos na prática desportiva; o uso de salto alto; o enfraquecimento das estruturas ósseas provocadas pelo tempo e pela descalcificação; o excesso de peso; o aumento na barriga (que afeta a postura); a sobrecarga provocada diariamente por bolsas escolares; o transporte de objetos pesados; a forma de pisar e até problemas como o pé chato. Tudo isso pode provocar inflamações ou o desgaste das juntas da coluna, resultando em dores intermináveis.
Outro alerta importante: “Se a dor na coluna vier acompanhada de febre; se for intensa; se não passar após a administração de analgésico; se o sintoma piorar ao acordar e se, além de tudo isso, houver perda de peso, recomendo que o paciente procure um médico de sua confiança porque tais sintomas podem sinalizar doenças autoimunes ou mesmo câncer”, orientou Christopoulos.
A prevenção para a artrite reumatóide na coluna passa por medidas simples, como a realização freqüente de exercícios físicos, a redução no peso, o uso de calçados confortáveis e a adoção de postura correta ao andar e sentar. O tratamento passa por medicamentos, fisioterapia e exercícios para correção de postura.
Ao finalizar, o reumatologista Georges Christopoulos fez ainda dois alertas: em casos de idosos com dor intensa, abrupta e persistente nas articulações e ossos e, principalmente, após deitar-se, pode sinalizar fratura ou microfratura. Por fim, deve-se evitar o uso de antiinflamatório sem receita médica. “No máximo, o paciente pode tomar um analgésico para minimizar a dor enquanto procura orientação médica”, concluiu.
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