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Projeto Respire Melhor! realiza exames gratuitos de espirometria

Técnica especialista em espirometria orienta e acompanha teste

Técnica especialista em espirometria orienta e acompanha teste

O projeto Respire Melhor!, uma parceria da Santa Casa de Maceió e laboratório Boehringer Ingelheim, realizou gratuitamente na última sexta-feira cerca de 80 exames gratuitos de espirometria em colaboradores, pacientes e pessoas da comunidade.
Conforme explicou a pneumologista Fátima Alécio, a espirometria avalia a função respiratória do organismo diagnosticando doenças como a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) e a asma e na avaliação da função pulmonar do paciente.
Nesta edição do projeto duas técnicas especialistas em espirometria receberam os pacientes, uma da Boehringer Ingelheim, sediada em
Salvador, e outra da própria Santa Casa de Maceió. O material foi fornecido pela empresa alemã.
Apesar de o projeto ser direcionado aos fumantes na busca do diagnóstico da DPOC, a iniciativa atendeu também pacientes não fumantes.
O exame é rápido e utiliza material descartável. O paciente é orientado a realizar três sopros num equipamento ligado a um notebook, que avalia por meio de gráficos a capacidade de expiração e respiração do indivíduo.

Exame diagnostica a DPOC

Quando se fala em saúde, tabagismo, fumo e cigarro logo vem à mente o câncer. Porém, existe outra doença, gravíssima, relacionada diretamente ao hábito de fumar. Estamos falando da DPOC, abreviação de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, uma das patologias diagnosticadas pela espirometria.
No Brasil, estima-se que entre 3 e 7 milhões de brasileiros tenham a DPOC. O termo reúne um grupo de doenças pulmonares – entre elas a enfisema pulmonar e a bronquite crônica – que obstruem as vias aéreas dentro dos pulmões, o que leva os pacientes a ter sintomas como expectoração, cansaço e falta de ar.
A DPOC se manifesta geralmente após os 40 anos de idade. A maioria apresenta um histórico de fumo prolongado, com uma freqüência de pelo menos um maço de cigarro por dia durante 20 anos. A literatura médica, porém, tem registrado casos de pacientes com menos tempo de fumo e carga tabágica menor.
O primeiro sintoma perceptível costuma ser tosse matinal com expectoração. Porém, outro sinal que, em geral, passa despercebido dos pacientes e seus familiares, é o sedentarismo progressivo provocado pela falta de ar, justamente o principal sintoma da DPOC.
"A doença vai progressivamente limitando as atividades diárias do paciente até que, após alguns anos, mesmo em repouso, o paciente sente-se cansado e com falta de ar contínua", explica a pneumologista da Santa Casa de Maceió, Fátima Alécio.
Em linhas gerais a doença pulmonar obstrutiva crônica caracteriza-se por uma limitação da passagem de ar pelas vias respiratórias dentro dos pulmões, principalmente durante a expiração. "O ar consegue entrar, mas apresenta dificuldade para sair, ficando preso dentro dos pulmões. Este aprisionamento do ar ocorre pela destruição do tecido pulmonar e perda da elasticidade dos bronquíolos e alvéolos", diz Fátima Alécio.
"A destruição dos bronquíolos e alvéolos leva à perda de capacidade do pulmão em realizar as trocas gasosas, fazendo com que o paciente não consiga aproveitar o oxigênio respirado, nem expelir adequadamente o gás carbônico produzido", acrescentou a especialista.
A DPOC é uma doença progressiva causada pela inflamação dos tecidos pulmonares após exposição crônica a partículas ou gases nocivos originados, por exemplo, pela combustão do tabaco. Para se ter uma ideia do risco que os fumantes correm, cerca de 90% dos tabagistas desenvolvem DPOC. Os especialistas ainda citam outras causas, como doenças genéticas, exposição à poeira tóxica em minas de carvão, à fumaça de soldagem ou mesmo à fumaça de queimadas. O tabaco, porém, é considerado o principal inimigo do pulmão.
Segundo dados levantados junto ao DataSus, a DPOC gerou no ano de 2010, no Sistema Nacional de Saúde Pública, cerca de 142 mil hospitalizações a um custo total para SUS de quase R$ 92,5 milhões e 7.937 mortes diretamente relacionadas com a DPOC. Conforme pesquisa da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a prevalência de DPOC no Brasil é de 15,8% em adultos acima de 40 anos, o que mostra o quanto o tabaco causa vítimas na sociedade na fase mais produtiva do cidadão.

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