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Câncer de estômago: uma doença silenciosa e letal

Aldo Barros, cirurgião oncológico da Santa Casa de Maceió

Aldo Barros, cirurgião oncológico da Santa Casa de Maceió

Se você fuma e ingere bebidas alcoólicas frequentemente; não dispensa alimentos enlatados, defumados, com corantes e conservantes em sal; tem uma alimentação pobre em Vitamina A e C; possui gastrite e infecção pela bactéria H. pylori, o recado a seguir é para você: procure o seu médico para avaliar uma endoscopia. Se tiver na família histórico de câncer no estômago o recado é dobrado.
A lista acima, elencada pelo cirurgião oncológico Aldo Barros, reúne os principais fatores de risco que levam ao surgimento do câncer de estômago, um tipo de câncer que nos estágios iniciais apresenta sintomas inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico precoce.
Os pacientes diagnosticados com gastrite estão na primeira fila para realizar periodicamente a endoscopia. Como os sintomas da gastrite são conhecidos e não interferem tanto no cotidiano do paciente, muitas vezes não recebem a devida atenção. “Agora uma observação importante: ter gastrite ou úlcera não significa que o paciente obrigatoriamente terá câncer. Existem vários fatores de risco que podem em conjunto ou isoladamente – e de acordo com a carga genética do paciente – dar início ao tumor. Esses pacientes precisam apenas fazer a endoscopia de acordo com a orientação médica”, explicou Dr. Aldo Barros.
Com 20 mil registros em 2013, o câncer de estômago ficou em 6º lugar entre os casos novos de câncer previstos para esse ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer. Para Alagoas, a previsão do INCA é de 120 casos novos. O curioso é que em 2013 a Santa Casa de Maceió registrou apenas 28 pacientes em tratamento, representando 2,6% do total de pacientes oncológicos da instituição no ano passado.

Atenção aos sinais
É necessário ficar atento aos sintomas que o corpo dá, como: dor na região estomacal, sensação de estômago estufado, má digestão, emagrecimento, perda de apetite e anemia sem causa aparente. São sintomas associados ao câncer do estômago mas, no entanto, podem ser causados por outros problemas gástricos.
“O problema é quando o câncer de estômago evolui para um estágio avançado de forma assintomática. Nesses casos, quando os sintomas aparecem, a doença já está instalada e a cura se torna difícil”, alerta o cirurgião oncologista da Santa Casa de Maceió.
Na presença desses sintomas o paciente deve procurar um médico e fazer uma endoscopia digestiva, o único exame que dá o diagnóstico de câncer de estômago. A endoscopia procura obter imagens utilizando um aparelho que emite luz e capta imagens geradas por um sensor, é introduzido pela boca do paciente até chegar no estômago. É realizado com sedação e não dói nada. Além de visualizar a lesão permite que seja feita a biópsia para confirmar o diagnóstico e melhor adequar o tratamento.
Se o tumor no estômago for diagnosticado precocemente, a cirurgia é o tratamento de escolha com altas chances de cura. Se estiver em estágio avançado, a cirurgia deve ser associado a quimioterapia e radioterapia. Outro detalhe importante apontado pelo Dr. Aldo Barros: apesar deste tipo de câncer ser mais frequente acima dos 50 anos os públicos-alvo são os jovens e adultos. “É um mito pensar que o câncer só afeta idosos”, finalizou.

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