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Ainda sem cura, pacientes podem conviver com a leucemia crônica

A leucemia ainda é o câncer com maior índice de cura no Brasil, porém, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) é o que mais mata pacientes na faixa etária de 0 aos 18 anos, sendo responsável por 34,5% de mortes neste público. No Brasil, são esperados 9.370 novos casos de leucemias somente em 2014 (5.050 homens e 4.320 mulheres) e em Alagoas 110 casos novos. Estima-se que atualmente mais de 7.500 pessoas desenvolvam leucemia no país.
Conforme explica a hematologista da Santa Casa de Maceió, Luciene Alencar, a leucemia engloba um grupo de cânceres que afetam as células brancas do sangue. É uma enfermidade que se desenvolve na medula óssea, onde se produz as células sanguíneas: glóbulos vermelhos e brancos e plaquetas. Um organismo com leucemia produz exageradamente certos tipos de glóbulos brancos muito jovens, causando infecções, anemia e sangramento excessivo.
Prevenir a leucemia é praticamente impossível, uma vez que a doença é influenciada por fatores genéticos e ambientais. A doença pode ocorrer espontaneamente ou em função de exposição a elementos cancerígenos como radiação, tabaco, alguns tipos de vírus, substâncias químicas entre outros.
Os sintomas são consequência do acúmulo de células afetadas na medula óssea, o que pode prejudicar ou mesmo impedir a produção dos glóbulos vermelhos (gerando anemia, enfraquecimento, cansaço crônico), dos glóbulos brancos (resultando em infecções, febres de causa não explicada) e das plaquetas (levando a sangramentos de gengivas e nariz, manchas roxas ou pontos vermelhos na pele). Estar atento a esses sintomas, confirmando o diagnóstico e iniciando logo o tratamento adequado, pode fazer a diferença na busca pela cura ou controle da leucemia
"São comuns especialmente os sangramentos pelo nariz, gengivas ou menstruações muito intensas, sem razão aparente. Infecções recorrentes, dor nas articulações e nos ossos, inflamação e aumento de tamanho dos nódulos linfáticos, baço e fígado também são sintomas da doença", explica Luciene Alencar.
Ainda segundo a hematologista da Santa Casa de Maceió, os sintomas da leucemia se assemelham ao de muitas doenças comuns, porém, após algum tempo, tornam-se mais graves e persistentes. O paciente pode apresentar gânglios linfáticos inchados, com ausência de dor, principalmente na região do pescoço e das axilas; febre ou suor noturno; perda de peso sem motivo aparente; desconforto abdominal (provocado pelo inchaço do baço ou fígado); dores nos ossos e nas articulações.
Principais tipos de leucemia
A leucemia pode ser classificada em crônica ou aguda. O tipo agudo da doença é desenvolvido rapidamente e caracterizado pelo crescimento veloz de células sanguíneas imaturas. Ele apresenta altas taxas de cura em crianças (cerca de 80% delas são curadas com quimioterapia ou transplante de medula óssea), porém, em adultos este número é menor. Dependente do estadiamento e do tipo da doença, muitos casos podem ser curados com procedimentos intensivos, como o transplante de medula óssea.
Já a leucemia crônica desenvolve-se lentamente e aparece mais frequentemente em adultos. Ela pode ter um comportamento benigno porque, de acordo com a precocidade do diagnóstico, o tipo de leucemia e o tratamento, o paciente pode conviver com a doença como um diabético convive com o diabetes e o cardíaco com os problemas do miocárdio. "Pacientes com leucemia precisam de sangue para continuar vivendo. Daí a importância da doação de sangue por parte da família", finalizou Luciene Alencar.

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