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Mulheres são foco de campanha nacional sobre hipertensão

No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) – 26 de abril – a mulher será o foco principal da campanha liderada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A proposta é que o sexo feminino seja o alvo da campanha também em 2015.

Apesar de acometer 21,3% dos brasileiros com idade acima de 18 anos, as mulheres são mais atingidas perfazendo 26,9% do total em relação aos homens (21,3%). Os dados são do Vigitel, pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em 2012 por meio de ligações telefônicas. Pesquisa semelhante realizada em Maceió mostrou que em torno de 28% dos adultos são hipertensos e metade simplesmente desconhecia ser portador da doença.

Apesar de menos frequente na infância e adolescência, o excesso de peso que vem progressivamente se instalando nessas faixas etárias tem contribuído para que a HAS apareça mais precocemente na vida das pessoas, de forma que, em Maceió, em torno de 8% das crianças e adolescentes de 7 a 18 anos já apresentam hipertensão arterial.

A cardiologista Maria Alayde, presidente do Departamento de Cardiologia da Mulher da SBC, responde a seguir as principais dúvidas sobre a doença.

O que é a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)?

É uma doença crônica que progressivamente danifica os vasos sanguíneos, principalmente aqueles do coração, do cérebro e dos rins. É por isso que, em longo prazo, a HAS que não é adequadamente tratada pode levar os seus portadores a ter infarto do coração, derrames, perda da função dos rins (e a pessoa passa a depender da hemodiálise), dentre outras consequências ruins para a saúde.

Quem pode apresentar Hipertensão Arterial Sistêmica?

A HAS pode acometer pessoas de ambos os sexos, em qualquer faixa etária, porém é predominante na vida adulta. Os fatores que mais contribuem para o aparecimento de HAS, além do envelhecimento, é a história familiar de HAS, o excesso de peso corporal e o consumo excessivo de sal e de álcool, dentre outros.

Como se faz o diagnóstico?

A medida da pressão arterial é, na maioria dos casos, suficiente para identificar se a pressão arterial está elevada além dos valores normais. Por isso, como parte das estratégias de cuidado com a saúde, existe a recomendação de que, independente da idade, ao menos uma vez ao ano as pessoas devem medir a pressão arterial. Essa avaliação deve ser mais frequente à medida que envelhecemos, ganhamos peso, utilizamos medicamentos que contribuem para a elevação da pressão arterial (anti-inflamatórios, corticóides, anticoncepcionais).

E o tratamento?

O tratamento da HAS é de muita importância pois o controle da pressão arterial é capaz de diminuir o impacto negativo dessa doença sobre os vasos sanguíneos, o coração, o cérebro e os rins, reduzindo a chance das complicações se instalarem precocemente e aumentando a quantidade e a qualidade de vida dos hipertensos. O tratamento envolve o auto-cuidado (dieta com redução do sal e redução/abolição do álcool, atividade física, avaliações médicas frequentes) e quando não é suficiente para que se obtenha o controle adequado da pressão arterial, é necessária a prescrição de medicamentos.

E a HAS na mulher é diferente?

Apesar de ser a mesma doença, há algumas particularidades sobre a HAS na mulher que não podem ser desvalorizadas. A mais importante delas diz respeito à HAS relacionada à gravidez: mulheres hipertensas podem engravidar, mas há uma forma de HAS que é consequência da gravidez e, em ambas, o manuseio inadequado ou o desconhecimento da situação pode levar a desenlaces adversos para a mãe e/ou para o bebê. Por isso, a realização das visitas pré-natais são tão importantes, por permitir o diagnóstico adequado dessas situações e a condução da gestação com bons resultados para a mãe e para o filho. Infelizmente, ainda hoje no Brasil, a HAS continua sendo a causa mais frequente de morte materna e, muitas, vezes, também de óbito fetal.

As medicações anti-hipertensivas trazem riscos à gestação?

Sim. Ainda no contexto da mulher em fase reprodutiva é importante lembrar que muitas das medicações anti-hipertensivas fazem mal ao bebê em evolução, por isso mulheres hipertensas, que querem engravidar, precisam planejar com seu médico, a adequação do seu tratamento, ANTES da concepção.

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