Santa Casa de Maceió celebra a Missa “In Coena Domini” nesta Quinta-feira Santa
A Capela da Santa Casa de Maceió celebra nesta quinta (17), às 19 horas, a missa "In Coena Domini", primeiro dia do sagrado Tríduo Pascal, onde foi instituída a Eucaristia e o Sacerdócio Ministerial.
O rito litúrgico relembra também o gesto do lava-pés, onde Jesus Cristo deu exemplo de humildade ao lavar os pés de seus discípulos. Após a missa haverá a trasladação do Santíssimo Sacramento para o altar da reposição, onde ficará exposto para a adoração até às 21h30.
Missa In Coena Domini (*)
A celebração da Quinta-feira Santa como memória especial da Ceia do Senhor tem sua primeira notícia histórica no Século IV. O Sacramentário de Gelásio (século VII [?]) traz três missas: a primeira era para a reconciliação dos penitentes, inclusive, tinha a mesma antífona que cantamos hoje; a segunda era a Missa Crismal, da Bênção dos Santos Óleos; e a terceira comemorava a Instituição da Eucaristia.
No século VI e VII, a Quinta-feira Santa era chamada de "Natalis Calicis". Até antes da reforma, era chamada de "Feria V in Coena Domini". Após a reforma litúrgica, a terminologia passou a ser "Feria V Hebdomadae Sanctae" (Quinta-feira da Semana Santa) para a terminologia geral e para as duas missas celebradas neste dia.
Características
Com a missa vespertina da Ceia do Senhor tem início o Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Celebra-se nesta noite, a Páscoa Ritual: aquilo que Jesus realizaria posteriormente na cruz, ele o fez em forma ritual dando à Igreja e à humanidade o sacramento da Eucaristia. A antífona de entrada desta missa, do texto de Gl 6,14, anuncia o tema global de todo o Tríduo Pascal: a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória; nele está a nossa vida e ressurreição e nele está a salvação e a libertação. É a redenção presente no Mistério Pascal celebrado no Tríduo: Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.
No Missal de Pio V, que antecedeu o atual Missal de Paulo VI, o padre deveria consagrar duas hóstias grandes, uma das quais era colocada, depois da comunhão, num segundo cálice, coberto com pala, patena e véu, para a adoração ao Santíssimo, que dava prosseguimento à celebração.
Outra particularidade desta missa era a ausência do abraço da paz. Antigamente, porque os penitentes (aqueles que seriam reconciliados com a Igreja na Vigília Pascal) já haviam recebido o abraço da paz antes da missa e, nos séculos posteriores (Idade Média de modo particular), para se ter o cuidado de não cair no mesmo erro do beijo traidor de Judas Iscariotes.
Interessante perceber que o clero, inclusive os padres que participavam da missa, recebiam a comunhão somente do pão e das mãos do presidente da celebração. Juntamente com a desnudação do altar, todas as pias de água benta deveriam ser esvasiadas e permanecer secas até a bênção da água lustral, na Vigília Pascal.
Depois do Hino do Glória, os instrumentos eram calados, bem como os sinos e sinetas. Cantava-se à capela e, em vez dos sinos, batia-se a matraca, um instrumento sonoro de madeira, em respeito ao clima da Paixão de Jesus que já começava a ser celebrado nesta missa. Alguns alegoristas do século IX, entre eles Amalário de Metz, denominava este gesto de jejum dos ouvidos.
Característica do dia litúrgico
Duas celebrações marcam a quinta-feira santa: a Missa Crismal e a Missa da Ceia do Senhor. Por motivos pastorais, esta celebração pode ser antecipada para Quarta-feira Santa.
A missa "In coena domini" (Ceia do Senhor) é celebrada ao anoitecer da Quinta-feira Santa. Nesta celebração faz-se memória da Instituição da Eucaristia e do mandamento novo. Após a homilia, pode-se realizar o rito do lava-pés (é facultativo), repetindo assim o gesto de Jesus que, na última ceia, lavou os pés de seus discípulos (Cf. Jo 13,3-17).
No final da missa, depois da última oração da missa, o Santíssimo Sacramento é levado em procissão até um tabernáculo fora da igreja ou localizado na lateral da mesma, diante do qual, a comunidade é convidada a fazer adoração solene até a meia noite e, após este horário, a adoração é simples e silenciosa. Fora do rito, o altar é desnudado e todas as flores e enfeites são retirados da igreja.
(*) Fonte: http://www.catolico.org.br/liturgia/ficha5santa.htm
Deixe uma resposta