Santa Casa zera dívida com rede bancária em 2014
No ano passado, a Santa Casa de Maceió conseguiu o que todo brasileiro gostaria de alcançar em se tratando de finanças: a instituição alagoana zerou todos os seus empréstimos com a rede bancária. O montante caiu de R$ 6,792 milhões em 2011 para zero em 2014.
Num primeiro momento, pode-se pensar que todo empréstimo bancário é ruim, mas para as empresas não é bem assim. Existem os créditos que simplesmente geram novas dívidas e os investimentos que geram novas receitas, como aqueles obtidos pela Santa Casa de Maceió para aplicação na expansão da sua estrutura física e tecnológica.
Conforme explica o diretor administrativo-financeiro da Santa Casa de Maceió, Dácio Guimarães, os empréstimos bancários são positivos quando aplicados na expansão da empresa, na compra de máquinas e equipamentos, por exemplo. O mesmo raciocínio vale para o cidadão comum, que usa o microcrédito para turbinar seu pequeno negócio.
“O importante é que o crédito tenha juros baixos e seu objetivo final seja fortalecer a empresa e ampliar as receitas”, acrescentou Dácio Guimarães.
Agora, quando o empréstimo pode ser ruim? O próprio executivo responde: “O crédito obtido no banco pode ser negativo quando a empresa o aplica no pagamento de dívidas, fornecedores, funcionários entre outros.”
Dácio Guimarães faz, entretanto, uma ressalva: “Eventualmente, tais empréstimos podem ser aplicados para saldar compromissos emergenciais, como folha salarial, por exemplo, porém, quando esse procedimento se torna frequente, sinaliza que a saúde da empresa vai mal”, explica.
Num comparativo simples, é como se o cidadão precisasse recorrer todo mês ao cheque especial, ao cartão de crédito ou mesmo ao empréstimo bancário para cobrir as dívidas. Se isso ocorre é porque as despesas são maiores que as receitas aí é preciso intervir.
Números
Atualmente, a Santa Casa de Maceió possui financiamento apenas com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) por meio do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos). Trata-se de uma linha de crédito, com baixíssima taxa de juros (0,43%), criada pelo governo para apoiar os planos de expansão das empresas.
O investimento em equipamentos por meio do Finame subiu de R$ 298 mil em 2011 para R$ 879 mil em 2012 e variou de R$ 1,086 milhões em 2013 para R$ 901 mil em 2014. Tais recursos foram investidos em unidades como a Cônego João Barbosa Cordeiro (cuidados paliativos em câncer), Santa Casa Farol (pronto-atendimento pediátrico, partos e cirurgias eletivas) e Santa Casa Poço (ambulatório e consultas pelo SUS).
Na contramão dos números, o endividamento da Santa Casa de Maceió com a rede bancária (ver gráfico) caiu ao longo dos últimos quatro anos, retraindo de R$ 6,792 milhões em 2011 para 2,830 milhões em 2012 e caindo mais ainda em 2013 para o patamar de R$ 455 mil. Em 2014, esse montante zerou.
Segredo
Mas qual o segredo da Santa Casa de Maceió em meio ao cenário de crise vivenciado por outras instituições filantrópicas? As respostas são muitas: a profissionalização da gestão; a implantação da plataforma Bionexo, para aquisição de equipamentos e materiais médicos; o uso do pregão eletrônico; o aumento no número de cotações, em busca dos menores preços; a avaliação dos fornecedores; o controle inteligente do estoque de medicamentos, enfim, uma série de iniciativas que visam a racionalização dos recursos da Santa Casa de Maceió.
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