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Como prevenir o silencioso e fatal câncer de esôfago

Você é fumante inveterado e consumidor costumaz de bebida alcoólica? É portador da doença do refluxo gastro-esofágico sintomática e não tratada? Cultiva o hábito de ingerir alimentos e bebidas em altas temperaturas ou em conserva? É obeso e é homem? Então vai um alerta: procure hoje mesmo o seu médico de confiança e faça uma endoscopia digestiva alta, pois você reúne alguns dos principais fatores de risco para desenvolver o sorrateiro câncer de esôfago, o sétimo mais frequente no ranking oncológico.

O alerta é do cirurgião geral e do aparelho digestivo Filipe Augusto, um dos palestrantes do Simpósio Neoplasias do Aparelho Digestivo, do Programa de Educação Continuada da Santa Casa de Maceió. O encontro científico reunirá especialistas de todo o país nos dias 4 e 5 de setembro, no centro de estudos da instituição.

“A grande preocupação da comunidade médica é o fato desta doença ser assintomática em seus estágios iniciais. Além disso, quando aparecem os primeiros sintomas, normalmente a doença encontra-se em fase avançada, o que compromete o tratamento efetivo. Daí a importância de se controlar e evitar os fatores de risco e de se fazer a endoscopia digestiva alta como forma de triagem inicial”, resumiu Filipe Augusto.

O câncer de esôfago, na fase inicial, não produz dor e qualquer outro desconforto que leve o paciente a procurar assistência médica. O sinal mais comum deste tumor é a disfagia, ou seja, a dificuldade de engolir alimentos, problema que leva o paciente a um contínuo e dramático processo de perda de peso e consequentemente desnutrição.

O uso de tabaco e de bebidas alcoólicas, assim como o consumo excessivo de alimentos e bebidas quentes, pode ser evitado e controlado, mas existe outro fator de risco que independe de sua vontade: a mutação no gene p53, que eleva as chances do indivíduo em contrair o câncer de esôfago. Essa mutação pode favorecer o aparecimento da doença. O câncer do esôfago é mais frequente em indivíduos na faixa etária acima dos 50 anos, principalmente 60 e 70 anos, sendo mais comum nos homens (2/3 dos casos).

A nutricionista Socorro Lira confirmou a prevalência do câncer de esôfago em países asiáticos, como o Japão e a China, onde o consumo de bebidas e alimentos muito quentes, na faixa dos 80ºC a 90ºC, faz parte do cotidiano das pessoas. No Brasil, um dos vilões é o chimarrão, que faz o Rio Grande do Sul ter uma incidência 6% maior da doença do que no resto do país. “O ideal são alimentos abaixo dos 65ºC”, orienta Lira.

Outros fatores também favorecem o câncer no sistema cabeça-pescoço, formado pela boca, língua, faringe e esôfago: má conservação dos dentes, consumo excessivo de gordura e sal e alimentação pobre em fibras. Ela sugere o consumo de alimentos antioxidantes, que ajudam na prevenção do câncer, como as frutas e verduras amarelas, vermelhas e alaranjadas, além das fibras, do chá-mate (não tão quente) entre outros.

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