Chikungunya: Santa Casa ajudará rede pública de saúde a enfrentar epidemia
Médicos da Santa Casa de Maceió lançaram recentemente um alerta dramático à sociedade, à mídia e aos gestores públicos de Alagoas: uma epidemia de chikungunya está prestes a acometer algo entre 350 mil e 600 mil alagoanos nos próximos anos.
“Estamos falhando no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da chikungunya, dengue e zika”, lamenta o médico infectologista Celso Tavares, explicando a origem desta epidemia.
Além do sofrimento dos pacientes que serão acometidos, o que deixará muitos incapacitados e afastados do trabalho, o que mais preocupa os especialistas é a falta de preparo da rede pública e privada para atender tais pacientes.
“Nada menos que 90% da população alagoana não possui plano de saúde e recorre à rede pública quando precisa de assistência médico-hospitalar. Caso a epidemia de chikungunya alcance níveis alarmantes, essas unidades de atendimento receberão o maior impacto”, reforça o reumatologista alagoano Georges Basile Christopoulos, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Caso se confirme o cenário otimista de apenas 350 mil pacientes infectados com a chikungunya, mesmo assim as unidades de emergência, UPAs e postos de saúde ficarão estrangulados. Os 10% que possuem plano de saúde também provocarão um grande impacto na rede privada.
Antecipando-se a este cenário, a Residência de Clinica Médica da Santa Casa de Maceió capacitou 12 médicos residentes para atuarem como multiplicadores junto a médicos de postos de saúde, do Programa Saúde da Família e de unidades de emergência. Como suporte a este trabalho, foram impressas 2 mil cartilhas informativas para serem distribuídas.
Georges Christopoulos informou, inclusive, que a Sociedade Brasileira de Reumatologia produziu um documento com recomendações de diagnóstico e tratamento da doença para entregar agora em janeiro ao Ministério da Saúde e aos gestores públicos nos Estados.
Realizado por 32 especialistas, o documento busca orientar os médicos da atenção básica sobre como diagnosticar e tratar corretamente a doença quando ela ainda está em sua janela de oportunidade (período de aproximadamente duas semanas em que os tratamentos têm maior possibilidade de trazerem a cura para os pacientes).
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