Endometriose: ginecologista alerta mulheres para a demora no diagnóstico
Cerca de 15% das mulheres brasileiras com idade entre 15 e 45 anos sofrem de endometriose. Apesar de não haver uma causa estabelecida, suspeita-se que uma delas seria o refluxo do sangue menstrual através das trompas, mas os pesquisadores ainda não chegaram a um consenso, admitindo também outras causas.
Conforme explica o ginecologista Ronaldo Gomes Bernardo, a doença é caracterizada pelo implante de células endometriais na parede do útero, no ovário, trompas, intestino e até na bexiga.
Segundo ele, algumas pesquisas suspeitam inclusive que exista uma relação entre a doença e a infertilidade feminina. Um estudo avaliando o perfil deste público específico identificou que 60% das mulheres inférteis tiveram confirmado o diagnóstico de endometriose. O detalhe é que este vínculo ainda não está devidamente esclarecido.
Sintomas
O quadro clínico das pacientes com endometriose inclui cólicas e dor pélvica – que tendem a piorar na fase menstrual; dor para evacuar; dor no fundo da vagina e desconforto durante a relação sexual.
Um complicador para o aumento dos índices da doença é o próprio estilo de vida da mulher moderna, que adia cada vez mais a gravidez e passa anos menstruando. Quanto mais a mulher menstrua maior é o risco do fluxo se deslocar para outros órgãos e não ser absorvido normalmente.
“É por isso que ao engravidar e interromper o ciclo menstrual, explica o ginecologista, os sintomas da endometriose cessam. O mesmo ocorrendo quando se usa contraceptivos. Aí surge outro problema: não é recomendável o uso prolongado de contraceptivos. O médico precisa orientar sua paciente sobre a melhor forma de lidar com o problema.”
A principal orientação dos especialistas é estar atento aos primeiros indícios de dores no abdome, cólicas menstruais intensas e dor durante as relações sexuais, devendo procurar orientação médica para minimizar os sintomas e buscar tratamento.
Na opinião do médico Ronaldo Bernardo, o problema da endometriose é que, mesmo sendo frequente, o diagnóstico é complexo, podendo levar entre seis e sete anos para ser descoberta e confirmada.
O diagnóstico é fechado por meio de exame anatomopatológico das lesões. Atualmente, o diagnóstico inicial e indicativo mais preciso é feito com a realização de exames de imagem menos invasivos, como a ultrassonografia específica e a ressonância magnética. O tratamento medicamentoso é indicado para as lesões iniciais, ainda não infiltrativas. Em fase avançada, o tratamento é realizado através da cirurgia laparoscópica, definitiva e menos traumática para retirada das lesões.
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