Almoço com o Provedor: “Humanização é nos colocarmos no lugar do outro”, diz engenheiro
- Subsídio ao SUS chega a R$ 47,9 milhões em 2018
- Dica para usar plano de saúde
- Elogios ao restaurante que atende acompanhantes de pacientes SUS
- Projetos de humanização
- Campanha de Vacinação na Santa Casa
O Almoço com o Provedor desta semana reuniu lideranças e colaboradores das áreas de Risco e Assistência Hospitalar (Gerah) e de Marketing e Serviço Auxiliar de Diagnóstico e Terapia (MSADT).
Participaram do encontro equipes do Relacionamento e Fidelização, Endoscopia 24 Horas, Ouvidoria, Consultório Eletivo, Nefrologia, Radiologia, Tomografia, Copa, Farmácia e UTI Cardíaca. A maior parte deles nunca participou deste encontro.
Junto com o provedor Humberto Gomes de Melo e sua esposa Rosinete Mendonça de Melo estiveram presentes o diretor médico Artur Gomes Neto, o superintendente Carlos André de Mendonça Melo (Engenharia e Infraestrutura) e os gerentes Tereza Tenório (Risco e Assistência Hospitalar), André Carneiro (Marketing e ASDT) e Sílvio Melo (Gestão de Pessoas). Entre os diversos temas abordados no evento, a humanização, em suas várias dimensões, ganhou maior destaque.
Subsídio ao SUS
Ao abrir o encontro, o provedor Humberto Gomes de Melo corrigiu um dado divulgado no último almoço. O subsídio ao Sistema Único de Saúde, realizado pela Santa Casa de Maceió no ano passado, chegou a R$ 47,9 milhões. Ou seja, quase 11 milhões a mais que o registrado em 2017 (37 milhões). A expectativa inicial era de R$ 51 milhões.
A baixa remuneração do SUS força os hospitais a terem que assumir um papel e um ônus que não lhes cabe. O reflexo disso sobre hospitais com gestão profissionalizada, como a Santa Casa de Maceió, acaba sendo uma significativa redução nos investimentos e nos planos de ampliação do atendimento ao próprio SUS.
Plano de saúde
Outro tema que mereceu a atenção dos colaboradores é o uso racional do plano de saúde. A orientação é que se pesquise o preço dos exames em laboratórios para se averiguar valores menores que o da co-participação (R$ 10,49 por exame ou consulta).
O plano de saúde da Santa Casa de Maceió hoje reúne 3 mil colaboradores e 5 mil beneficiários dependentes, mas o uso excessivo por parte de alguns pode elevar o custo para todos no momento do reajuste periódico.
Em casos de exames simples, por exemplo, pode ser preferível fazer pelo cartão Vida e Saúde do que usando o plano de saúde. Há casos de colaboradores que usam com frequência o serviço da Unidade de Pronto Atendimento da Santa Casa de Maceió (antiga Emergência 24h), o que agora fará também parte da co-participação. O uso do plano de saúde dos colaboradores, inclusive, passou a ser monitorado para avaliações.
“Nos últimos quatro anos os planos individuais tiveram aumento médio de 50%. Na Santa Casa conseguimos que o reajuste não passasse de 15% em exames e consultas e de 20% no plano-empresa”, comentou o gerente André Carneiro. Ele inclusive anunciou que está sendo confeccionada uma cartilha para orientar os colaboradores.
O que é humanização?
Segundo Taciana Amorim, gestora administrativa da Seinfra, a humanização possui diversas dimensões que passam pela cortesia no atendimento ao paciente e visitantes, pela ambientação e conforto do mobiliário, pela acessibilidade, pela eficiência na assistência ao paciente, pelo uso humano dos recursos tecnológicos, pela correta informação prestada ao paciente, pela disponibilidade dos colaboradores em querer ajudar os visitantes entre tantos outros aspectos que envolvem diretamente todos os que trabalham no hospital.
Neste envolvimento dos profissionais, o superintendente Carlos André fez um relato que causou, no mínimo, indignação.
Ele citou o caso de duas profissionais (com jaleco branco) que, em meio a um animado bate-papo num dos corredores do hospital, ignoraram o pedido de informação de um paciente, preferindo simplesmente encaminhá-lo à recepção mais próxima e sem ao menos suspender a conversa e procurar atendê-lo.
“Era visível o constrangimento do paciente, que estava procurando o setor para fazer colonoscopia. Mesmo saindo do hospital e atrasado para um compromisso, acompanhei aquele humilde senhor até setor, mas não pude deixar de pensar nas duas profissionais que esqueceram o que aprenderam sobre humanização”, disse o engenheiro Carlos André.
E acrescentou: “Precisamos zelar pelo cliente porque é nossa missão e nosso dever. Saibam que a concorrência está zelando pelo paciente deles. Fico extremamente incomodado quando vejo alguém com problema pede ajuda e ninguém atende, ninguém olha no olho e se dispõe a resolver o problema. Precisamos nos colocar no lugar do outro.”
O provedor Humberto Gomes de Melo foi além: “Não se limitem a sua função. Vão além, olhem o hospital como um todo, tenham iniciativa, observem o seu entorno, os corredores e os demais setores. Se virem pessoas precisando de ajuda, ajudem; se virem um problema, busquem a solução. A humanização vai além da relação com o paciente. Cuidar do nosso hospital faz parte da humanização.
Projetos de humanização
Respondendo à pergunta de um colaborador, a gerente Tereza Tenório citou algumas iniciativas e projetos focados em humanização entre eles o Escutação, uma roda de conversa reunindo profissionais da equipe multiprofissional e acompanhantes do SUS, outra roda de conversa com familiares de pacientes internados na UTI todo dia 22, musicoterapia do Humaniza Já (na sede) e Oncomusical (Santa Casa Rodrigo Ramalho), Cãopartilhado (interação entre cães treinados e pacientes), Visita estendida (onde familiares ficam mais tempo com o paciente e são instruídos sobre o pós-alta hospitalar).
Poltronas
Mas, o almoço com o provedor também é um espaço para pedidos dos colaboradores. Um deles foi apresentado pela assistente social Mariana Urtiga. Trata-se de uma demanda antiga que já se tornou realidade em unidades como a Santa Casa Nossa Senhora da Guia, Oncologia Pediátrica da Santa Casa Farol e Santa Casa Rodrigo Ramalho: a substituição das cadeiras dos acompanhantes por poltronas.
A busca para resolver o problema é uma dilema antigo: “Para fazer a substituição das cadeiras por poltronas seria necessário reduzir o número de leitos para o SUS. Com tanta demanda da população e dos médicos por leito não podemos atender a este pedido”, disse o provedor Humberto Gomes de Melo.
“Continuamos nossa busca por algum modelo de poltrona que permita a troca, mas sem perda de leitos”, acrescentou em seguida Carlos André.
“Quando o provedor iniciou a gestão as demandas eram enormes. Saíamos exauridos das visitas aos pacientes do SUS. Hoje tudo mudou e pra melhor. Temos muita alegria em observar os avanços nas enfermarias, que hoje contam com ar condicionado, televisões, camas arrumadas e padronizadas… enfim, tudo isso é humanização. Esse almoço também faz parte da humanização”, finalizou a psicanalista Rosinete Mendonça de Melo.
Restaurante SUS
A assistente social Mariana Urtiga também elogiou a mudança no restaurante que atende aos acompanhantes dos pacientes do SUS, lembrando que o serviço não vem recebendo reclamações, só elogios. Mariana coordena o projeto Escutação, que promove rodas de conversas às quartas com os acompanhantes.
“Mesmo sem receber do Sistema Único de Saúde um valor que cubra esse custo, acreditamos que os acompanhantes também merecem um atendimento à altura do prestado aos nossos pacientes”, destacou o provedor Humberto Gomes de Melo.
Vacinação
O gerente Sílvio Melo aproveitou a oportunidade para divulgar o cronograma de datas da Campanha de Vacinação contra a Influenza 2019. Nos dias 15 e 16/04 a campanha terá início pelo complexo matriz da Santa Casa de Maceió; no dia 17 será a vez da Santa Casa Farol; no dia 22 a Santa Casa Hospital Nossa Senhora da Guia; e no dia 23 novamente a Santa Casa de Maceió de manhã e a creche São Vicente de Paulo à tarde.
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