Neuralgia do trigêmeo é a dor mais forte que o ser humano pode sentir
Neuralgia do trigêmeo é uma doença milenar que acomete indivíduos de ambos os sexos e tem predomínio em pessoas acima dos 50 anos. A dor decorrente da doença do nervo é extremamente intensa, sendo uma das piores experiências que o ser humano pode vivenciar. De duração curta, ela pode se repetir várias vezes ao dia e traz a sensação de uma facada no rosto. Na Santa Casa de Misericórdia de Maceió, o Serviço de Neurologia e Neurocirurgia dispõe de atendimento clínico e cirúrgico para os casos com menor e maior gravidade.
Segundo o coordenador do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do hospital alagoano, Aldo Calaça, o problema atinge de 4 a 5 pessoas a cada 100 mil. “É uma dor de caráter lancinante, tanto que em alguns casos pode levar o paciente ao suicídio. Seu início é súbito, de curta duração e desaparece espontaneamente. Porém, a repetição das crises deixa a vida do paciente muito comprometida. Alguns episódios são desencadeados por gestos e hábitos rotineiros, como mastigar”, disse o especialista.
O nervo trigêmeo é responsável pelo controle dos músculos da mastigação e pelo transporte de informações sensitivas do rosto até o cérebro. Quando uma estrutura vascular (artéria ou veia) encosta no nervo, resulta em crises de dor, principalmente na parte inferior do rosto, mas que também podem ocorrer na região malar, no nariz, olhos e testa. O diagnóstico é inicialmente clínico, baseando-se na avaliação dos sintomas e da localização da dor. Para excluir outras causas secundárias, como tumores, malformações vasculares ou infecções dentárias, também podem ser solicitados exames complementares de imagem do crânio (tomografia e/ou ressonância magnética).
A doença não tem cura total, mas as crises podem ser controladas com medicamentos ou cirurgia. “Temos pacientes muito bem controlados com o tratamento medicamentoso, porém, quando estes não respondem ao tratamento clínico, outra opção é a realização da neurocirurgia para descomprimir o nervo”, explica o neurocirurgião.
A Microdescompressão Vascular é uma das técnicas microcirúrgicas adotadas pela equipe do hospital. Minimamente invasivo, o procedimento é realizado por meio de uma incisão na região occipital (por trás da orelha). Com o auxílio de um microscópio cirúrgico é possível identificar o nervo lesionado, preservá-lo e afastar o componente que causa a compressão.
Se não houver intercorrências, o paciente é internado e faz o primeiro dia de pós-operatório na UTI. A permanência hospitalar gira em torno de 4 a 5 dias. “Cerca de 80% dos pacientes apresentam um resultado excelente, alguns até podem deixar de tomar os remédios após a cirurgia. Já outros irão seguir com a medicação, mas o procedimento consegue aumentar bastante o intervalo das crises”, destaca Aldo Calaça.
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