Unidade SUS de Cuidados Paliativos celebra oito anos
A ideia de que o diagnóstico de uma doença terminal implica em uma morte solitária é ultrapassada. A filosofia dos cuidados paliativos aceita a morte como o estágio final da vida, ou seja, ela afirma a vida e não acelera nem adia a morte. Prova disso é o trabalho desenvolvido na Unidade Cônego João Barbosa Cordeiro, instalada no terceiro pavimento da Santa Casa Rodrigo Ramalho, na Praia do Sobral, que há oito anos atende de forma humanizada pacientes oncológicos.
Da abertura da unidade (2013), primeira do SUS para Cuidados Paliativos em Alagoas, até agosto de 2021 foram internados 3.018 pacientes. Além do internamento, diariamente, a unidade atende pacientes na emergência 24 horas e no ambulatório, dando o suporte necessário para que fiquem em suas casas ao lado da família. Enviado pela Santa Casa de Maceió para o Pronon, programa do Ministério da Saúde, durante dois anos, o Serviço também contou com um projeto voltado à assistência domiciliar.
Com nove leitos de internação, a unidade conta com uma equipe multiprofissional, com médicos, enfermeiros, farmacêutico, nutricionista, fonoaudiólogo, psicólogo e serviço social que atua na busca por mais qualidade de vida a pessoas que estão em suas retas finais. Além de minimizar os sintomas do paciente, a equipe auxilia a família a lidar com a situação, bem como tratar de questões sociais e burocráticas.
“Sou oncologista clínica e me especializei para tratar do meu paciente até seus últimos momentos. O Serviço de Cuidados Paliativos da Santa Casa de Maceió é muito mais do que eu imaginava que poderíamos ter, pois dispomos de uma equipe completa que teve a oportunidade, ao longo dos anos, de se especializar com a pós-graduação no Hospital Albert Einstein. O que fazemos é tratar o paciente, não a doença”, explicou a oncologista Carolina Zau, gestora médica da Santa Casa Rodrigo Ramalho e especialista em Cuidados Paliativos (paliativista).
Os pacientes que chegam aos Cuidados Paliativos são encaminhados pelo serviço de oncologia da Santa Casa ou de outras equipes da instituição, como a Clínica Médica, mas também do Hospital Geral do Estado (HGE). “É um desafio diário, mas também é muito gratificante. Foi uma quebra de paradigmas, pois as pessoas entendiam que o paliativo era um lugar onde o paciente ia para morrer e não é isso: preconizamos o conforto, humanizando o processo ao máximo, pois um aniversário pode ser o último, um natal pode ser o último. Aliás, se for preciso antecipar o natal, fazemos isso. O atendimento é pensado para o momento que aquele paciente está vivenciando”, reforçou a coordenadora da Oncologia da Santa Casa de Maceió, Aisha Gois.
AÇÃO – Para celebrar o aniversário do Serviço, a equipe da unidade, junto com voluntárias da Semprebela, distribuiu boas energias em forma de música e relaxamento. “Quando fomos convidadas para a ação do aniversário, ficamos felizes em poder participar desse momento transmitindo calor humano através de terapias holísticas, como a aromaterapia. A intenção era proporcionar momentos de relaxamento”, disse a proprietária da empresa e massoterapeuta, Apoliana Rodrigues.
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