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O I Fórum de Aférese Terapêutica da Santa Casa de Maceió foi realizado na última quarta-feira (23) e contou com a participação de médicos do corpo clínico, residentes, neurologistas, neurocirurgiões, intensivistas e estudantes do internato médico.  O evento fez parte do Programa de Educação Continuada do hospital.

Com palestras dos hematologistas Wellington Galvão e Priscila Galvão, e dos neurologistas Samyra Vital e Fernando Gameileira, os participantes souberam mais sobre a técnica que separa a fase vermelha do sangue do plasma e realiza a troca do plasma sanguíneo onde encontram-se os auto anticorpos agressores ou substâncias tóxicas, fazendo a “limpeza” deste sangue com a retirada dos fatores causadores da doença.

Os hemotologistas Wellington Galvão e Priscila Galvão com os neurologistas Samyra Vital e Fernando Gameleira no I Fórum de Aférese Terapêutica da Santa Casa de Maceió

Na abertura do encontro, o hematologista Wellington Galvão fez uma panorâmica da implantação do procedimento em Alagoas até os dias de hoje.

“Na Santa Casa de Maceió a plasmaférese, uma das áreas da aférese, é realizada desde 2013 com mais de mil pacientes atendidos. São dez anos tratando as mais diversas doenças e ajudando pacientes, muitas vezes, a saírem de situações críticas. Iniciei com a aférese em 1999, quando a técnica era pouco conhecida. Desde então, a tecnologia evolui muito. As máquinas estão mais eficientes, e especialistas, como neurologistas, entendem a necessidade e solicitam o procedimento. Alagoas, talvez seja o único estado em que a plasmaférese é realizada via SUS”, disse Galvão, um dos coordenadores do Serviço de Aférese Terapêutica do hospital.

O Serviço deixou a Santa Casa Farol e passou a oferecer atendimento na sede do complexo hospitalar, no Centro de Maceió. Além da UTI, para casos graves, o tratamento pode ser feito em ambulatório, quando o quadro do paciente é considerado mais leve ou moderado, ampliando o alcance dos atendimentos.

“O fórum foi um momento muito importe para o Serviço que completa dez anos em 2023. Trouxemos a equipe de neurologia para perto para dar um melhor aporte aos nossos pacientes e discutir, durante o encontro, alguns os casos, apresentar as novidades e destacar os benefícios da plasmaférese em muitas doenças. Acredito que seja também seja um crescimento importante para a Santa Casa de Maceió e uma melhoria grande para os pacientes. A nova diretriz americana aumenta de 42 para 91 o número de patologias tratadas pela plasmaférese”, destacou a hematologista Priscilla Galvão, também coordenadora do Serviço de Aférese Terapêutica.

Para o neurologista Vitor Macêdo, o fórum permite o crescimento de toda a equipe da Santa Casa de Maceió ao apresentar os procedimentos terapêuticos disponíveis. “Também conhecemos quais doenças têm uma evidência mais robusta para uma possível indicação. No final das contas, o que queremos é o benefício para o pacientes. A gente busca que ele tenha o melhor tratamento e, a partir daí, o melhor desfecho”, finalizou.

Entre as mais de 40 doenças tratadas com aférese terapêutica estão as autoimunes, como Síndrome de Guillain Barret, Esclerose Múltipla, Miastenia Graves, e Neuromielites de características inflamatórias, além de algumas doenças hematológicas, como crises refratárias de anemia falciforme.