CTO Upskilling reúne especialistas do Brasil e América Latina
Evento discutiu e tratou casos de angioplastias coronarianas complexas com transmissão ao vivo para o Youtube
Por Flávia Farias/Ascon Santa Casa de Maceió
Organizado pelos cardiologistas intervencionistas da Santa Casa de Maceió, Evadro Martins, Leilton Luna Jr., e Amilson Pacheco, durante dois dias (9 e 10), o CTO Upskilling movimentou a Hemodinâmica do hospital. Realizado em parceria com a Boston Cientific, o evento teve casos de angioplastias coronarianas complexas com transmissão ao vivo para o Centro de Estudos da instituição, e, em tempo real para o Youtube.
Com tradução simultânea em espanhol, o encontro teve a participação de 30 cardiologistas intervencionistas, sendo 13 brasileiros e 17 latino-americanos. “O evento teve a participação de médicos que estão iniciando e de outros em nível mais avançado de tratamento de lesões mais complexas de obstruções das coronárias. Nosso intuito é melhorar e difundir esse tipo de técnica mais complexa que ainda é pouco dominada no Brasil, tem poucos especialistas, a ideia é trazer esse tipo de treinamento para o nosso centro, onde somos pioneiros. Começamos em 2015/2016 a tratar lesões mais complexas por cateter. Antes disso a opção era abrir o peito e hoje é por meio de um furinho no punho”, disse Evandro Martins.
A parceria com a Boston Cientific, multinacional que atua no Brasil desenvolvendo materiais e dispositivos para esse tipo de problema cardíaco, possibilitou que o CTO Upskilling fosse realizado em Alagoas depois de passar por alguns países da América Latina e poucos centros no Brasil.
“Fizemos casos de pacientes com obstruções coronarianas, muitas deles complexas para serem tratadas com o material habitual para quem faz esse tipo de procedimento. A Boston tem dispositivos que são dedicados a isto. O grande pulo do gato é, muitas vezes, conseguir desobstruir várias artérias com esse armamentário e poder tirar o paciente de uma situação em que a única alternativa seria fazer uma cirurgia de safena e mamária, que funciona, mas tem mais riscos de complicações, como infecções e o longo tempo de recuperação. Quando comparado ao procedimento com cateter, na maioria dos casos, tais pacientes recebem alta no dia seguinte, e, em uma semana ou cinco dias, voltam às suas atividades habituais”, destacou Martins.
Para Rodrigo de moura Joaquim, cardiologista Intervencionista do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, Hospital Baía Sul e Hospital Universitário, eventos desse tipo são extremamente importantes para a área que atua. “Temos contato com diferentes áreas e com diferentes profissionais que estão na vanguarda, trabalhando e desenvolvendo todo um treinamento para a gente. Foi bastante gratificante participar e trocar experiências. O evento teve uma organização e estrutura bem adequadas, onde foi possível manter uma interação, tanto da parte teórica, como a possibilidade de acompanhar os procedimentos. Acredito que isso vá, depois, transpor para a nossa prática do dia a dia”, disse.
O cardiologista intervencionista Paol Rojas também considerou a experiência como muito boa. “Venho de Lima, no Peru, e nossa experiência começou há dois anos quando iniciamos o programa de oclusões crônicas. Estamos na fase de reunir material, pois já fizemos 18 pacientes pela via anterógrada, e queremos aprender as técnicas retrógradas”, apontou o especialista.
Também vindo do Peru, Cristian Nolte pontuou as diferenças entre a técnica que veio ver de perto na Santa Casa de Maceió. “O encontro foi muito produtivo, pois esse tipo de curso amplia nossa experiência. No Peru nós temos muita experiência com a via anterógrada, então é bem interessante essa oportunidade de vir a aprender outros acessos, como a via retrógrada”.
Cinco casos foram tratados nos dois dias de evento com transmissão feita diretamente da sala de comando da Hemodinâmica. Mesmo o procedimento não sendo subsidiado pelo SUS, parte dos pacientes eram advindos do sistema único de saúde.
Deixe uma resposta