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A Santa Casa de Maceió sediou, no último dia 24 de maio, o Curso Teórico-Prático de Oncoplastia da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Especialistas de três estados brasileiros compartilharam seus conhecimentos em reconstrução mamária para os 25 mastologistas, tanto de Alagoas como de outros estados, inscritos no evento.

Mastologista Alexandre Calado, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional Alagoas, com o provedor da Santa Casa de Maceió, Humberto Gomes de Melo, e Élia Pontes, presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer

Na primeira parte da programação, os cirurgiões Regis Paulinelli (GO), Darley Ferreira (PE), e Maurício Resende (SE), abordaram temas como “Reconstrução pré-peitoral ou retro-peitoral?”, “Remodelamento oncoplástico das lesões dos quadrantes superiores”, e “Marcação pré-operatória”. A tarde, três pacientes do SUS passaram por cirurgias reconstrutoras no Centro Cirúrgico do hospital.

O curso foi promovido pela Sociedade Brasileira de Mastologia Regional Alagoas. “Trouxemos três colegas de grandes centros nacionais para que de uma forma bem prática e didática pudesse oferecer esse serviço para a entidade e para a sociedade alagoana. Com o advento da oncoplástica, temos uma forma melhor de lidar com o câncer de mama. Podemos fazer o tratamento oncológico e, a seguir, já fazer o tratamento da plastia, o que vai trazer uma qualidade de vida muito boa para as pacientes”, disse o presidente da SBM/AL, o mastologista Alexandre Calado.

Regis Paulinelli, mastologista e presidente do Departamento de Oncoplastia da Sociedade Brasileira de Mastologia

Regis Paulinelli, mastologista e presidente do Departamento de Oncoplastia da SBM, destacou a importância da iniciativa realizada em Maceió. “A maior parte das pacientes vai ficar curada do câncer de mama, mas é importante que elas tenham mais qualidade de vida, que não tenham grande deformidades na mama, que possamos melhorar o que for possível. No caso da retirada da mama, que seja possível fazer uma reconstrução. Isso ainda é algo pouco disponível no Brasil, então é muito importante para a Sociedade Brasileira de Mastologia fomentar esse tipo de curso para que mais profissionais estejam melhor capacitados, bem treinados, para oferecer o melhor tratamento disponível”.

Darley Ferreira, mastologista do Hospital Barão de Lucena em Recife

De Recife, Pernambuco, Darley Ferreira ressaltou que, além do curso itinerante, a SBM realiza cursos que duram o ano todo, como em Recife, Goiânia, São Paulo, e, agora, em Salvador. “O curso itinerante é muito importante para aumentar o número de reconstruções no país, que, infelizmente, não passam de 30%. E é lei que toda mulher tenha acesso à sua reconstrução de mama. Em cursos teóricos práticos como esse, podemos trazer o conteúdo em um único dia. Quase que um intensivo. De modo geral, damos uma noção para quem quer fazer reconstrução de mama a ter um estímulo e depois fazer um curso de um ano ou mais”, disse o mastologista do Hospital Barão de Lucena.

Maurício Rezende, vice-presidente do Departamento de Oncoplastia da SBM

Maurício Rezende, coordenador de curso de Oncoplastia e Reconstrução Mamária na cidade de Jaú, São Paulo, e vice-presidente do Departamento de Oncoplastia da SBM, reforçou que o curso levado para a Santa Casa apresentou o que há de mais moderno no tratamento de câncer de mama, no que diz respeito a abordagem cirúrgica, especialmente, na reconstrução mamária.

“Sabemos que o câncer de mama é uma doença muito incidente e, infelizmente, tem gerado óbitos por sua natureza agressiva. Por essa agressividade, muitas vezes ela exige de nós, cirurgiões, procedimentos mais invasivos, por vezes mutiladores. O objetivo do curso foi mostrar, que, às vezes, a mutilação é necessária, mas, na maioria das vezes, a reconstrução é desejável, o que vai trazer para as mulheres melhor sobrevida, maior sobrevida, e, principalmente, melhor qualidade de vida”, pontuou o especialista de Sergipe.

Lígia Teixeira., mastologista da Santa Casa de Maceió

Com históricos e necessidades diferentes, três mulheres passaram por cirurgias reparadoras no Centro Cirúrgico do hospital alagoano. “Todas são atendidas pelo Serviço de Mastologia e advindas do SUS. Elas foram beneficiadas com cirurgias de reconstrução tanto imediatas, quanto tardias, e puderam usufruir de toda a expertise de professores reconhecidos por suas competências dentro e fora do Brasil”, finalizou a mastologista da Santa Casa de Maceió, Lígia Teixeira.