Paciente da Santa Casa de Maceió reconstitui mamilo com micropgmentação paramédica
Ação foi realizada na terça (22), durante o Dia D do Outubro Rosa da Oncologia do hospital
Perder a mama ou parte dela, deixa sequelas que vão além das cicatrizes físicas. Questões emocionais que envolvem autoestima e aceitação podem atrapalhar o tratamento, bem como as relações de trabalho e da vida íntima. A micropigmentação paramédica é uma das opções para recuperar a aparência natural do mamilo e da aréola em mulheres mastectomizadas.
Durante o Dia D do Outubro Rosa da Oncologia da Santa Casa de Maceió, ocorrido na terça-feira (22), Jeane Ramalho da Silva, um paciente de 42 anos, recebeu a plicação da técnica. Ela saiu de Delmiro Gouveia, no Sertão de Alagoas, para viver a experiência.
“Quando o convite da Santa Casa chegou, não acreditei. Fiquei muito feliz. Isso levanta a autoestima, pois a cirurgia de mastectomia mexe com o psicológico da gente. Durante o tratamento meu cabelo, sobrancelha e cílios caíram. Eu consultava a médica para saber se podia usar henna e fazia. Quando a gente para para pensar, isso é uma besteira. Mas só passamos a dar valor aos detalhes do nosso corpo quando temos uma perda. Mas com esse novo visual, tudo vai voltar, né?”, comemorou Jeane.
A descoberta do câncer de mama aconteceu em 2022 e foi uma supresa para quem tinha uma vida regrada. “Na família ninguém tinha tido a doença. Apenas minha avó teve câncer, mas na bexiga. Então não entendi porque foi comigo. Eu praticava exercício físico, não era obesa, não fumava, não bebia, mas, mesmo assim, aconteceu”, disse a mãe de dois filhos.
O procedimento é estético, não cirúrgico, sendo realizado por esteticistas ou tatuadores especializados. Porém, só pode ser feito em pacientes após um ano do tratamento contra o câncer de mama e autorização médica.
Pedro Júnior foi o responsável por devolver um pouco da autoestima de Jeane. Ele faz micropigmentação de sobrancelhas e capilar, neutralização labial e camuflagem de olheiras, entre outros procedimentos, e incluiu a micropigmentação parmédica, também chamada de micropigmentação de aréola mamária, entre seus serviços.
“Dura em média duas horas para se chegar ao resultado. A tinta é orgânica, o que evita reações na pele, sem contar que a técnica não dói e não sangra, pois a agulha atinge apenas a camada superficial da pele. Oriento a não molhar a área por dois dias, nem fazer a ingestão de alimentos como camarão, para evitar inflamações. Logo após a sessão, a cor fica muito acesa; mas depois surge uma casquinha e a tonalidade final aparece em até 30 dias”, explicou Pedro Junior, que realizou pela primeira vez o procedimento dentro de um hospital.
DIA D – Na sala de quimioterapia da Oncologia da Santa Casa, voluntários da Rede Feminina de Combate ao Câncer fizeram a entrega de perucas, tocas e lanches, além da apresentação de um coral e de um músico ao violão. Lembrancinhas também foram distribuídas.
“Ações desse tipo servem para aliviar o tratamento de quem enfrenta a doença. Elas dão esperança, pois trazem mensagens de superação e perseverança. Os voluntários da Rede Feminina já fazem parte do dia a dia dos pacientes da oncologia do hospital. Presença que ganha ainda mais força no Outubro Rosa, especialmente no Dia D”, disse a gestora da Linha Oncológica da Santa Casa de Maceió, Aishá Gois.
Para a presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, o momentos foi de acolhimento. “É um momento de carinho, de mostrar que os pacientes não estão sozinhos. A Santa Casa está com eles, assim como a Rede”, afirmou Vitória Basílio.
Deixe uma resposta