Vacina em homens contra rubéola protege gestantes e crianças
A pediatra Dilma Carvalho, da Pediatria Clínica da Santa Casa de Maceió, faz um convite especial a todos os homens, com idade entre 20 e 39 anos, para que participem da Campanha Nacional de Vacinação contra a Rubéola, iniciada neste sábado pelo Ministério da Saúde em parceria com Estados e Municípios.
Apesar de dirigida a homens e mulheres, a campanha tem mesmo como principal alvo o público masculino. “Em campanhas anteriores, os homens foram excluídos. O resultado disso é que foram registrados muitos casos de gestantes contaminadas pelos próprios maridos ou parentes. Daí a importância da adesão masculina à campanha”, argumentou.
Conforme explica o Serviço de Medicina do Trabalho, os colaboradores da Santa Casa devem procurar o Posto de Saúde mais próximo de sua casa, uma vez que a vacina contra a rubéola não faz parte do cronograma anual de vacinas do setor. A campanha prossegue até o dia 12 de setembro.
A doença
A rubéola é uma doença infecto-contagiosa causada por um vírus que atinge principalmente as crianças. A preocupação é maior com as mulheres grávidas, particularmente no primeiro trimestre. As mães podem passar a doença para o feto provocando aborto ou o nascimento de crianças com síndrome da rubéola congênita, que pode causar deficiência auditiva, lesões oculares (retinopatia, catarata, glaucoma), malformações cardíacas e alterações neurológicas.
Os principais sintomas da rubéola, que perduram aproximadamente 3 dias, são febre, surgimento de ínguas (inchaço dos gânglios linfáticos) e manchas na pele. O problema é que a doença pode apresentar-se de forma “subclínica” (quando o paciente praticamente não sente nada). A doença se adquire através da inalação de gotículas de secreção nasal de pessoas contaminadas que contém o vírus ou via sangüínea, no caso do feto, a partir da mãe grávida.
Os períodos mais “contaminantes” ocorrem desde 10 dias antes do aparecimento das manchas até 15 dias após o seu surgimento. Crianças nascidas com rubéola, por contágio da mãe grávida (rubéola congênita), podem permanecer fonte de contágio por muitos meses.
Após o contágio leva-se em média 18 dias até ter o primeiro sintoma (período de incubação). A apresentação inicial é em geral muito semelhante a uma gripe comum e dura de 7 a 10 dias com febre, dores nos músculos e articulações, prostração, dores de cabeça e corrimento nasal transparente até o surgimento das ínguas e posteriormente as manchas na pele, que duram 3 dias e desaparecem sem deixar seqüelas.
Não há tratamento específico antiviral. Poucos pacientes demandam tratamentos sintomáticos, em geral analgésicos comuns controlam as dores articulares e musculares ou febre.
Para diminuir a circulação do vírus da rubéola, a vacinação é muito importante, a qual é recomendada de rotina aos 15 meses de idade e para todos os adultos que ainda não tiveram contato com a doença. Gestantes não podem ser vacinadas e as mulheres vacinadas devem evitar a gestação até o mês seguinte à vacinação. É importante que todas as crianças e adultos devem ficar afastados de outras pessoas durante o período da doença.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a doença está controlada em Alagoas, onde foram registrados apenas cinco casos, quatro deles em Maceió. Há estados, porém, que apresentam surto, como Rio Grande do Sul, Paraíba e o Distrito Federal, por isso a importância de se vacinar. Quem já se vacinou pode tomar a vacina novamente e quem já teve rubéola também pode se imunizar. Uma orientação importante para os pais, é avaliar se a criança não apresenta sintomas da rubéola antes de enviá-la para a escola.
Comentário (1)
Muito bom este artigo!
Desejo lhe sucesso.