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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou esta semana que já tem condições de identificar o estado, a cidade, o médico e até o paciente que adquiriu medicamentos emagrecedores.
Implantado em janeiro, o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) já possui 55 mil farmácias cadastradas em todo o País. São elas que alimentam o sistema e permitem um mapeamento do uso de emagracedores.
Numa rápida pesquisa ao banco de dados do sistema, técnicos da Anvisa descobriram que de cada dez prescrições de emagracedores, somente uma é para pacientes do sexo masculino, o que demonstra que a preocupação excessiva com o peso e, por tabela, os transtornos alimentares atingem mais as mulheres que os homens.
O dado apresentado pela Anvisa está em sintonia com a pesquisa realizada pela primeira turma do curso pós-graduação em Psicologia Hospitalar da Santa Casa de Maceió e pelo psicólogo Niraldo de Oliveira Santos, do Centro de Estudos em Psicologia da Saúde, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O estudo foi apresentado neste sábado, no Centro de Estudos Lourival de Melo Mota, durante o VI Simpósio de Psicologia Hospitalar da Santa Casa de Maceió e atraiu a atenção de emissoras de TV, jornais de grande circulação do Estado e portais de notícias.
Mais de 140 profissionais lotaram o auditório e uma das salas do Centro de Estudos em pleno feriadão da emancipação política de Alagoas. Numa sala anexa foi preciso montar um sistema de videoconferência para que os participantes pudessem acompanhar o simpósio, que contou ainda pesquisas de psicólogos nas áreas de nefrologia, oncologia, cardiologia e UTI.

Pesquisa
Num universo de 757 universitários entrevistados em faculdades de Alagoas e de Sergipe, cerca de 20% afirmaram usar fórmulas e inibidores de apetite para perder peso e 31% afirmaram sentir culpa após comer. Do total, nada menos que 9% afirmaram que provocam ou já provocaram vômitos para tentar eliminar calorias.
O estudo revelou ainda que 81% dos entrevistados estão insatisfeitos com o peso apesar de 83% estarem dentro da faixa de normalidade ou abaixo do ideal. Apenas 4% registraram sobrepeso. No universo de entrevistados, 84% são do sexo feminino e compreendem uma faixa etária predominante de 17 a 21 anos.
Para o pesquisador Niraldo de Oliveira, a melhor arma contra os transtornos alimentares é a informação. “Todos nós – profissionais da área da saúde, comunicadores, a mídia e as próprias famílias – enfim, toda a sociedade precisa estar atenta a esta problemática para saber identificar e ajudar um portador de transtornos alimentares”, frisou.
Um dos primeiros sinais é a recusa do paciente em procurar ajuda de um profissional para orientá-lo na busca do peso ideal. Em seguida, a preocupação excessiva com o peso e o uso de emagrecedores sem acompanhamento médico e muitas vezes sem o conhecimento da família. A leitura de revistas, o uso da internet e o conselho de amigas complementam o cenário.

Formatura
O VI Simpósio de Psicologia Hospitalar foi palco da formartura (fotos) da primeira turma do curso de pós-graduação em Psicologia Hospitalar, uma parceria entre a Santa Casa de Maceió e o Centro de Estudos em Psicologia da Saúde (Cepsic), vinculado ao Hospital das Clínicas de São Paulo.
No evento, o provedor Humberto Gomes de Melo falou sobre a importância da parceria entre as duas instituições na formação de novos profissionais, na difusão do conhecimento e na abertura de novos campos de pesquisa dentro do ambiente hospitalar.
Para o provedor, tão importante quanto salvar vidas é pesquisar novos meios para previnir doenças, evitando que as pessoas precisem recorrer ao atendimento médico. Ainda segundo ele, faz parte do planejamento estratégico da instituição investir cada vez mais em ensino e pesquisa, sedo a atual formatura do curso de pós-graduação a realização visível deste objetivo.
O curso de especialização em Psicologia Hospitalar, que contou 36 formandos, é uma parceria do Serviço de Psicologia Hospitalar da Santa Casa de Maceió com o Centro de Estudos em Psicologia da Saúde (Cepsic), órgão da Divisão de Psicologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas, instituição vinculada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).