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Artigo – Um desserviço à sociedade – Mário Ronalsa (*)

Limitar-se ao fato de que uma política de rastreamento, para qualquer patologia, só deva ser realizada quando se consegue diminuir as taxas de mortalidade, é esquecer, no mínimo, todo o so-frimento que passam estes doentes e as dores insuportáveis provocadas pelas metástases ósseas; dores estas que não melhoram com a analgesia convencional e que envolvem também, de forma emocional, toda a família.
O câncer da próstata, que é o tumor maligno mais prevalente no homem, perdendo apenas pa-ra os cânceres de pele não melanomas, tem demonstrado claramente a sua capacidade devastadora de morbidade e mortalidade. Uma doença que apresenta 30 novos casos para cada 100.000 homens, com uma projeção de mais de 49.000 novos casos para este ano de 2008, não pode nem deve ser tratada de forma irresponsável.
Tentar diagnosticar e, principalmente, tratar os pacientes com câncer de próstata em sua fase sintomática – como o citado no artigo do INCA, isto é, quando já está em um estadiamento avançado – é simplesmente tirar qualquer chance de cura destes doentes.
A vivência de consultório urológico traz para nós especialistas, uma obrigatoriedade em realizar o exame digital da próstata. Apenas o antígeno específico prostático (P.S.A.) não nos dá a segurança em definir que o individuo não seja portador deste câncer. É o toque retal, o único exame que nos dá a certeza da consistência do órgão e se há nódulos ou não ali contidos.
Não é incomum termos pacientes com PSA e ultrassonografia da próstata normais e que, no entanto, ao toque retal, detectamos um pequeno nódulo sólido que, após biopsiado, infelizmente, recebe o diagnóstico de câncer.
Na década de 70, cerca de 70% dos indivíduos que chegavam aos ambulatórios urológicos com câncer da próstata já estavam em estágio terminal. Hoje encontramos exatamente o inverso. Devido aos apelos da Sociedade Brasileira de Urologia e da própria mídia, estes homens estão pro-curando se conscientizar e tendo a oportunidade de descobrir seus tumores malignos de próstata em uma fase inicial e ter em média 90% de cura.
O câncer da próstata não deve ser tratado como mais uma doença do homem e sim como uma patologia que, pelos seus próprios números de incidência e mortalidade, tem se transformado em um problema de saúde pública!
(*) Mário Ronalsa é urologista e coordenador do Serviço de Urologia da Santa Casa de Maceió.

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