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Santa Casa adota Protocolo de Cirurgia Segura recomendado pela OMS

Tereza Tenório, gerente de Riscos e Assistencial da Santa Casa de Maceió

Tereza Tenório, gerente de Riscos e Assistencial da Santa Casa de Maceió

No Brasil este tema vem sendo cada vez mais debatido. Nos Estados Unidos e em alguns países da Europa a preocupação com a segurança dos procedimentos cirúrgicos também é recorrente e a adoção de medidas preventivas é obrigatória em todas as Instituições de Saúde.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente, em todo o mundo, 7 milhões de pacientes sofrem complicações após intervenções cirúrgicas. Desse total, 1 milhão vão a óbito. Muitas complicações e mortes podem ser evitadas com a implantação de rotinas simples, alinhadas no chamado Protocolo de Cirurgia Segura.
Este protocolo, inclusive, tornou-se pré-requisito para obtenção de diversos certificados de excelência e da qualidade, incluindo a Acreditação Hospitalar.
Privilégio de poucas instituições brasileiras, como Albert Einstein, Sírio Libanês, Oswaldo Cruz e, este ano, a Santa Casa de Maceió, a Acreditação Hospitalar exige das entidades avaliadas a adoção de uma série de procedimentos internos, sendo o Protocolo de Cirurgia Segura um dos mais recentes implantados pela Gerência de Riscos e Assistencial da Santa Casa de Maceió (Gerah).
"O Centro Cirúrgico da Santa Casa de Maceió já possui protocolos para garantir a segurança do paciente e dos profissionais em todos os procedimentos. O Protocolo Cirurgia Segura, que estamos adotando agora, expande essas rotinas", explicou Tereza Tenório, gerente da Gerah.
Na Prática – O Protocolo de Cirurgia Segura implica na utilização de um checklist para verificação de pontos-chave antes de fases específicas da assistência perioperatória. "A primeira checagem se dá antes da anestesia e visa garantir que o procedimento correto seja realizado no paciente correto e na região correta do corpo ", acrescenta Tereza Tenório.
"Verificam-se também se termo de consentimento informado foi formalizado, bem como se todos os exames e avaliações médicas e de enfermagem pré-operatórios – necessários para definição do risco cirúrgico e anestésico – foram realizados e, ainda, se todos os profissionais e materiais necessários para o procedimento estão disponíveis. Só então é feita a indução anestésica", complementa a médica.
Além disso, antes da incisão, todos os profissionais devem avaliar possíveis intercorrências durante o ato cirúrgico. Ao final do procedimento e antes de deixar a sala, a equipe conta compressas e instrumentais, identifica materiais de biópsia e avalia os pontos mais importantes para a recuperação pós-anestésica e pós-operatória do paciente.
Em 2007, renomados especialistas em risco hospitalar reuniram-se em Genebra para validar uma rotina-padrão de segurança para cirurgias. Os resultados de um estudo piloto realizado em nove cidades do mundo, publicado em janeiro de 2009 no New England Journal of Medicine, foram decisivos para a adoção do Protocolo de Cirurgia Segura.
"A introdução do checklist reduziu em 37% as complicações pós-cirúrgicas e em 42% a mortalidade", afirma o professor Edmundo Ferraz, consultor do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e da OMS e um dos participantes deste encontro. Ele espera que o Brasil adote oficialmente uma política de cirurgia. "Por enquanto é privilégio dos hospitais de elite", acentuou.

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