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Mobilidade e gestão: o futuro da TI em saúde

Paulo Magnus, presidente da MV Sistemas

Paulo Magnus, presidente da MV Sistemas

Muitos países estão conseguindo enormes ganhos de escala ao introduzir as tecnologias de informação e comunicação (TICs) a serviço da saúde, e o Brasil também caminha neste sentido. De acordo com Paulo Magnus, presidente da MV Sistemas, patrocinadora do 5º Congresso Brasileiro de Gestão em TICs (eHealth), promovido pelo SINDHOSP, Fenaess, CNS e Hospitalar Feira + Fórum, que ocorre no dia 25 de maio próximo, durante a Hospitalar 2012, praticamente todos os avanços em TI na saúde já estão disponíveis no país e, em algumas áreas, estamos à frente do que acontece no mundo, como no caso do prontuário eletrônico do paciente (PEP). “Os sistemas de registro eletrônico em saúde (RES) são uma realidade e vêm crescendo muito no Brasil nos últimos anos, já somos uma referência internacional nesta área.”
A MV possui clientes, inclusive na área pública, que não imprimem documentos de prontuário e as informações clínicas são totalmente digitais. A assinatura dos documentos neste caso é feita digitalmente com base no ICP Brasil, como recomendam a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) e o Conselho Federal de Medicina (CFM). O desafio agora, segundo Magnus, é que os hospitais e clínicas passem a ser completamente digitais, incluindo seus processos administrativos e relacionamento com as operadoras de planos de saúde. No ClasSaúde será mostrado um case de um hospital em São Paulo que está implantando todo este processo através da Green Soluções sem Papel.
Em áreas como mobilidade, gerenciamento de conteúdo (ECM) e de processos (BPM), gestão do conhecimento e saúde sem papel houve muitos avanços no último ano e eles também serão apresentados no ClasSaúde. “Estamos prevendo um grande evento em função do boom que a área de saúde tem experimentado com grandes novidades, incluindo o relacionamento dos hospitais com as operadoras de planos de saúde, que atualmente ainda é um processo completamente baseado em papel”, explicou Magnus.
Novidades e mais benefícios
Mas um setor tão complexo, que está sempre em evolução, precisa se adequar às tecnologias continuamente. E na saúde é assim. Ferramentas como radio-frequency identification (RFID), a utilização de padrões mundiais de referência (HL7, Snomed, Loinc etc.) e telemedicina, massivamente usadas no mundo, por aqui têm pouco uso. Para o presidente da MV, a questão é a falta de infraestrutura e de cultura própria para expansão que ainda persiste entre os atores do setor no Brasil. “O mercado está sempre ávido por novidades, mas precisa avançar no entendimento sobre os benefícios da TI. A gestão através da tecnologia da informação gera ganhos impressionantes, mas os gestores ainda preferem investir em equipamentos, leitos e só aos poucos investem em melhorias de processos e pessoas qualificadas na gestão de TI. Estamos ajudando a melhorar isto e tirar o melhor proveito das novas tecnologias e este evento é um pilar deste objetivo”, destacou.
Além da complexidade do sistema de saúde, por possuir diferentes tipos de aplicação (hotelaria, farmácia, restaurante, indústria, ERP), as dificuldades da implantação de TI na área da saúde esbarravam na confiabilidade dos dados clínicos. Para superar este obstáculo, foram definidos os requisitos e níveis de segurança necessários aos sistemas de registro eletrônico de saúde (S-RES) pela SBIS/CFM. A MV foi a primeira empresa fornecedora de software a obter esta certificação, em 2009.
Tecnologia emergente
É notório que no mercado, tanto as operadoras como os hospitais e demais prestadores de serviços de saúde, já entenderam que só têm a ganhar simplificando os seus processos. Muito se fala que o próximo passo é a computação em nuvem. Mas esta parece ser uma realidade distante para muitos gestores da área, que não confiam 100% nos servidores “virtuais”. Paulo Magnus acredita que a “cloud computing” é uma tecnologia emergente, que vai superar as barreiras, avançar e ter seu espaço no segmento da saúde. Entretanto, ele alerta que algumas restrições ainda precisam estar bem resolvidas até a adoção em larga escala da tecnologia. Uma delas é a capacidade das redes de longa distância (velocidade e disponibilidade) e ações de contingência, pois o segmento é de missão crítica e precisa de soluções em curto prazo na ocorrência de problemas no acesso. “A nossa cultura em TI também não favorece o uso da tecnologia, pois o CPD local e visível dentro da instituição é uma prática disseminada na nossa cultura de tecnologia da informação. Ações na telemedicina e consultas a dados clínicos dos pacientes são candidatos naturais ao uso desta tecnologia neste momento.”
Para o futuro, a previsão de Magnus é que a tecnologia da informação continue crescendo e na saúde este crescimento deve ser ainda maior em função de apenas recentemente o mercado, de uma maneira geral, ter despertado para os benefícios (não apenas econômicos) do uso da TI nesta área. “A necessidade de atender o paciente no local onde ele estiver e a complexidade dos processos direciona a TI para mobilidade e gestão de conteúdo e conhecimento. A MV investiu em suas soluções mais de R$ 25 milhões apenas em 2011, refletindo a nossa confiança no crescimento explosivo deste mercado nos próximos anos.”
A programação do 5º Congresso Brasileiro de Gestão em TICs está em fase de desenvolvimento. O ClasSaúde é um conjunto de congressos de gestão, todos oficiais da Hospitalar Feira + Fórum, e que acontecem em São Paulo, no Centro de Convenções do Espo Center Norte, durante a exposição. Acompanhe informações atualizadas sobre este e outros congressos ClasSaúde no www.classaude.com.br.

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