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Pacientes cirúrgicos dão adeus ao jejum prolongado na Santa Casa de Maceió

Anestesiologista Sílvio Marcos Lima no centro cirúrgico da Santa Casa de Maceió

Anestesiologista Sílvio Marcos Lima no centro cirúrgico da Santa Casa de Maceió

O Projeto de Jejum Abreviado, adotado pela Santa Casa de Maceió agora em setembro, pôs um fim ao principal problema enfrentado por pacientes cirúrgicos eletivos: os efeitos negativos do jejum prolongado sobre o organismo. A iniciativa busca evitar um quadro bastante comum em unidades de internação de todo o país: crianças e adultos em jejum por períodos que variam de 8h a 22h.
Em linhas gerais, o Projeto Jejum Abreviado formatou três rotinas nutricionais. Para cirurgias programadas no período da manhã, o paciente internado ingere uma solução de maltodextrina às 5 horas da manhã, podendo realizar a cirurgia 2 horas depois.
Nos procedimentos previstos para a tarde, ou seja, após às 13 horas, o paciente pode tomar um café da manhã leve e de fácil absorção e às 11 horas a solução de maltodextrina.
Para intervenções noturnas, a serem realizadas a partir das 18 horas, um café da manhã normal, no horário do almoço uma refeição leve e a solução de maltodextrina às 16 horas. Havendo a transferência de horário, o paciente passa a seguir a rotina específica daquele turno.

Maltodextrina
No Projeto Jejum Abreviado os pacientes ingerem 200 ml de maltodextrina duas horas antes da intervenção cirúrgica. Esse composto é um carboidrato formado por polímeros de glicose de fácil absorção pelo organismo, que permite manter o equilíbrio nutricional do paciente ao mesmo tempo em que mantém o indivíduo em condição similar à tradicional dieta zero.

Excluídos
Em princípio todos pacientes estão aptos a se beneficiarem com o jejum pré-operatório abreviado, inclusive os diabéticos, crianças e idosos. As gestantes também podem receber a solução de maltodextrina mas a dieta é diferenciada.
Alguns casos específicos, entretanto, estão excluídos da lista. São eles os portadores de doença de refluxo gastroesofágico, obesos mórbidos (com Índice de Massa Corpórea acima de 40kg/m2) ou pessoas com obstrução intestinal além de outras doenças que possuem esvaziamento gástrico retardado. Nesses casos aplica-se o protocolo convencional, com o jejum mínimo de 8 horas.
Agora, tanto a nutricionista Silvya Souza como o anestesista Sílvio Lima fazem um alerta importante. "Os pacientes não podem adotar dietas em casa por conta própria antes de se dirigirem ao hospital e muito menos deixar de cumprir a dieta nos horários prescritos no pré-operatório", reforçaram os dois profissionais.
Sílvio Lima enfatiza ainda outro dado importantíssimo: "os médicos precisam explicar ao paciente e apresentar por escrito a lista de alimentos que podem ou não podem ser ingeridos nas horas que antecedem a intervenção cirúrgica. Isso evita uma série de mal entendidos", alertou.
Ele ressaltou situações como o de pais que, diante do sofrimento do filho com o jejum prolongado, costumavam oferecer alimentos não autorizados. "Sem a informação correta e por escrito nas mãos eles acabavam colocando seus filhos em risco", acrescenta o anestesiologista.

História
Nos primórdios da anestesiologia, por volta do século XIX, o jejum pré-operatório era de apenas 2 horas. Mas, com as complicações verificadas em pacientes esse prazo foi sendo ampliado até chegar às atuais 8 horas de jejum atuais.
Hoje, baseado em estudos científicos, os médicos e instituições como a Santa Casa de Maceió aliam a segurança assistencial com o bem estar do paciente.

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