Ultrassom com doppler colorido das carótidas pode previnir AVC
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 62.270 pessoas com menos de 45 anos morreram no país entre os anos 2000 e 2010 vítimas do acidente vascular cerebral (AVC), o popular derrame cerebral. Só pelo Sistema Único de Saúde (SUS), do início da década até setembro deste ano nada menos que 200 mil pacientes nessa faixa etária foram internados na rede de hospitais do país. E mais: a cada três mortes por acidente cardiovascular, duas são por AVC e uma por infarto agudo do miocárdio.
A questão levantada pela cardiologista e ultrassonografista Janiffer Lacet Machado é que muitas vidas poderiam ser salvas se fosse realizada de forma preventiva a ultrassonografia com doppler colorido nas chamadas artérias carótidas (ver ilustração).
As artérias carótidas funcionam como um importante "canal" por onde passa o fluxo sanguíneo arterial do coração em direção ao cérebro. Com a obstrução, fechamento parcial ou presença de acumulo de ateroma (placas de gordura ou tecido fibroso) neste "corredor" há sérios riscos de ocorrer um AVC ou IAM, podendo vir a óbito ou ter sequelas.
"Ao analisarmos a carótida, observamos vários aspectos, como a existência de placas de ateroma (gordura) na artéria. Com o auxílio do Doppler podemos avaliar a velocidade do fluxo sanguíneo, que revela se há obstruções antes, após ou na área examinada", explica Lacet.
A especialista orienta que colegas médicos solicitem esse exame quando seus pacientes apresentarem alto índice de gordura no sangue ou em pacientes com queixa de desmaios ou tontura. O exame pode ainda ser solicitado em pacientes assintomáticos, onde podem ser observados, por exemplo, o sopro carotídeo.
O exame é indolor, não invasivo e realizado entre 20 e 30 minutos. A ultrassonografia é um método diagnóstico que aproveita o eco produzido pelo som para ver em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas e órgãos do organismo. A ultrassonografia com efeito doppler permite conhecer o sentido e a velocidade de fluxos sanguíneos. Por não utilizar radiação ionizante, como na radiografia e na tomografia computadorizada, o exame é inócuo, além de ser de custo acessível.
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