Cirurgias com técnicas minimamente invasivas reduzem sequelas em traumas dos membros inferiores
O crescimento no número de veículos automotores no Brasil acabou por alavancar outro índice: o de acidentes de trânsito. Neste universo, as ocorrências envolvendo motocicletas disparam como as mais frequentes, o que preocupa ortopedistas e traumatologistas de todo país, já que as fraturas nos membros inferiores são mais frequentes neste tipo de acidente, incapacitando e deixando sequelas no indivíduo. O assunto, inclusive, foi lembrado na I Jornada de Trauma dos Membros Inferiores, promovida pela Santa Casa de Maceió no último final de semana no Hotel Jatiúca.
“Nos casos de fratura, não é preciso mais cortar a perna de ponta a ponta para fixar uma placa. O padrão ouro são as técnicas minimamente invasivas”, explicou o médico Felipe Serrão, coordenador do Programa de Residência Médica em Ortopedia do Hospital Municipal Miguel Couto (RJ) e um dos palestrantes convidados do evento científico.
A técnica explicitada por Felipe Serrão baseia-se na abertura de dois pontos de acesso na perna (fêmur fraturado) para introdução de hastes intramedulares dentro da estrutura óssea. O médico é guiado por imagens de raios-x produzidas por um equipamento chamado radioscópio.
Se para o médico, a técnica o expõe a contínuas doses de raios-x, para o paciente as vantagens são inúmeras: o retorno mais rápido para casa, devido ao menor tempo de internação e à rapidez na recuperação; a inexistência de grandes cicatrizes na perna, comuns nas cirurgias convencionais; e a baixa ocorrência de sequelas, de acordo com cada caso.
O ortopedista e traumatologista Hilton Barros, coordenador da I Jornada de Trauma dos Membros Inferiores, destacou o caráter científico do simpósio como um momento de compartilhamento de conhecimento não apenas entre profissionais da Santa Casa de Maceió mas também de outros hospitais. Ele destacou a presença de especialistas e médicos residentes de instituições, como o Hospital do Açúcar e o Hospital Chama, de Arapiraca, referência no Agreste em assistência ortopédica.
A jornada integra o Programa de Educação Continuada da Santa Casa de Maceió, trabalho que visa no longo prazo abranger todas as especialidades da Santa Casa de Maceió. “Começamos com aqueles serviços assumidos pela Residência Médica, como o Serviço de Ortopedia e o de Cirurgia Oncológica, mas o nosso objetivo é construir um cronograma anual de eventos de educação continuada que envolva todas as áreas da assistência e da gestão”, disse a gerente da Divisão de Ensino e Pesquisa (DEP), Alayde Rivera.
“Neste encontro colocamos na grade de palestras profissionais de renome nacional em ortopedia e os nossos médicos residentes. É um estímulo a mais para ampliar a cultura do ensino e pesquisa”, frisou o presidente da Comissão de Residência Médica, Antonio Alício.
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