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Todo mundo sabe que o coração fica no lado esquerdo do peito, assim como o estômago e o baço. Já o fígado está localizado no lado direito. Mas, você sabia que algumas pessoas nascem com os órgãos internos no tórax e abdômen em posições invertidas? Essa condição congênita é chamada situs inversus totalis e atinge apenas 0,01% da população.

Um paciente com obesidade mórbida e portador da síndrome internou-se este mês na Santa Casa de Maceió para submeter-se a uma procedmiento com o cirurgião Antonio de Pádua. Com 5 mil cirurgias no currículo e 49 anos de prática médica, Antonio de Pádua encarou o desafio de realizar, pela primeira vez em sua carreira, uma cirurgia de capela (gastroplastia y de roux) por videolaparoscopia num paciente “situs inversus”.

Este caso clínico, inclusive, fará parte de pesquisa realizada por um grupo de estudos que vem reunindo procedimentos em pacientes com a síndrome. Até agora, segundo o grupo, trata-se do primeiro caso no Norte-Nordeste de gastroplastia por videolaparoscopia em paciente com “situs inversus”.

Para o leigo, esse “pequeno” detalhe da inversão dos órgãos internos pode não significar nada, mas para os cirurgiões representa inverter tudo no centro cirúrgico: a posição das ferramentas, a posição dos médicos em relação ao paciente, a movimentação do instrumental dentro do paciente e até mesmo a mão que o médico usa para movimentar a ótica, pinças e bisturi. “Equivale a um destro realizar uma tarefa complicada usando a mão esquerda”, comentou Pádua.

Além do próprio Antonio de Pádua, a intervenção contou com a participação dos cirurgiões Amauri Campos e Anderson Teixeira, da anestesista Marta Medeiros e da instrumentadora Margarida Vicente.