Médicos correm contra o tempo para tratamento da sepse
A sepse é uma doença prevalente em todo o mundo e ainda exibe altas taxas de mortalidade mesmo com todo o conhecimento científico acumulado pela literatura médica internacional.
Nos últimos anos, foram estudadas diversas intervenções que visam prevenir o avanço da sepse. Um dos principais é justamente o uso de protocolos de cuidados gerenciados (pacotes de sepse), como o adotado pela Santa Casa de Maceió desde 2011.
No Brasil, estima-se que 30% dos leitos em unidades de terapia intensiva (UTI) sejam preenchidos por pacientes com este diagnóstico, com uma mortalidade geral de 55,7%.
Cerca de 20 a 30 milhões de pacientes são acometidos de sepse a cada ano no planeta, dos quais mais de 400 mil somente no Brasil, com um registro de 240 mil óbitos em território nacional. Esse número de vítimas equivale a três estádios do porte do Maracanã, no Rio de Janeiro, lotados.
Conforme explica a médica Tereza Tenório, gerente de Riscos e Assistência Hospitalar (Gerah) da Santa Casa de Maceió, a sepse é uma resposta desordenada e desproporcional do organismo contra infecções provocadas por bactérias, fungos, vírus entre outros.
Esta tentativa exarcebada de combater o agente invasor acaba provocando inflamação generalizada em todo organismo, danificando órgãos e, por contraditório que pareça, facilitando a ação do agente invasor. “Se não tratada rapidamente, a sepse pode levar à morte em questão de horas”, alerta o médico Fábio Jorge de Lima, da Gerah.
“A sepse é uma doença tempo-dependente, ou seja, é uma emergência médica na qual todos os pacientes devem receber intervenções básicas, como antibióticos e soro intravenoso, dentro da primeira hora de diagnóstico.
Apesar de colhermos culturas (de sangue, urina etc.), não esperamos esses exames para começar a agir”, resume Fábio Lima, acrescentando: “Em se tratando de sepse, a gente age primeiro antes que os exames confirmem nossas suspeitas”.
Deixe uma resposta