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I Simpósio internacional discute saúde cardiovascular na mulher

O I Simpósio Internacional de Doença Cardiovascular na Mulher levou mais de 250 pessoas para o Centro de Convenções do Hotel Jatiúca nos dois dias do evento, 13 e 14 de julho. Promovido pela Santa Casa de Maceió, com o apoio científico da Sociedade Internacional de Cardiologia (SIAC) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o evento reuniu especialistas do Brasil e da América Latina que falaram sobre a necessidade de reforçar a atenção para riscos de problemas como o infarto e o derrame.

Provedor Humberto Gomes de Melo na abertura do simpósio internacional Foto: Sílvio Romero

A palestra de abertura foi ministrada pela cardiologista Maria Alayde Mendonça Rivera, que responde pela Divisão de Ensino e Pesquisa da Santa Casa e que também foi a organizadora do evento. Em sua participação, ela respondeu à pergunta: “Por que é necessária uma Cardiologia da Mulher na atualidade?”

Em seguida, as cardiologistas Maria Paniágua (Paraguay), Monica Acevedo (Chile), Mildren Del Sueldo (Argentina) e Alayde Rivera (Brasil) discutirão os resultados das campanhas de conscientização da mulher em seus países, principalmente a iniciativa Go Red for Women, que busca melhorar a percepção das mulheres sobre a doença cardiovascular.

No segundo dia, as palestras prosseguiram com os médicos Márcia Barbosa (Brasil), Marildes de Castro (Brasil), Felipe Oliveira Albuquerque (Brasil), Ivan Romero Rivera (Brasil), Roberta Rodrigues Nolasco (Brasil), Francisco de Assis Costa (Brasil), Anabel Viviane Leão (Brasil), Rita de Cassia Veras (Brasil), Edvaldo Xavier (Brasil) e Maurício Macias (Brasil).

“O programa foi construído para atender a temática atual que vem sendo discutida no mundo inteiro sobre a saúde cardiovascular da mulher. Foram escolhidos grande profissionais com grande experiência nos temas que foram abordados. Começamos com os convidados internacionais, interestaduais e finalizamos com os colegas que atuam no estado de alagoas”, explicou Maria Alayde.

Evento superou as expectativas e registrou mais de 250 pessoas por dia Foto: Sílvio Romero

Para o evento, a estimativa inicial era uma média de 100 participantes, porém a meta foi ultrapassada nos dois dias de simpósio. “Ficamos muito contentes quando vimos, pelo site, que o número de inscritos crescia com a proximidade do evento. No final, tivemos mais de 250 inscritos, além dos convidados. O balanço foi extremamente positivo, pois entendemos que esse é um assunto interessante e a abordagem feita no simpósio foi inovadora e chamou a atenção. Já estamos pensando em realizar o próximo”, afirmou a organizadora do evento destinado a médicos e profissionais de áreas correlatas, que atuam junto ao público feminino.

Mais riscos, menos cuidados

A exposição mais intensa da mulher aos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares e, em muitos casos, a negligência no auto-cuidado e cuidado médico estão tornando as mulheres cada vez mais vulneráveis às principais doenças cardiovasculares.

Para a cardiologista Márcia de Melo Barbosa, ex-presidente da Sociedade Ibero-americana de Cardiologia, o simpósio foi uma excelente oportunidade para se falar da gravidade dos problemas cardiovasculares que mulher pode vir a ter. “No primeiro dia do evento falamos sobre a Go Red for Women, campanha voltada não apenas para o médicos, mas para a população, pois é preciso conscientizar a mulher da importância de evitar os problemas cardiovasculares. E como fazemos isso? Prevenindo os fatores de risco. Algumas coisas não podem ser mudadas, como a idade, por exemplo, pois as mulheres a partir da menopausa têm mais chances de ter um problema de coração. Mas fatores de risco como a hipertensão, tabagismo, obesidade, diabetes e sedentarismo, esses podem ser modificados com alterações do nosso padrão de vida”, disse a palestrante.

“As doenças cardiovasculares – o que inclui o popular derrame cerebral e o infarto do miocárdio – são a causa mais frequente de morte em mulheres. Elas respondem por um terço da mortalidade geral no mundo inteiro. No Brasil, respondem por metade das mortes em mulheres acima de 50 anos”, destacou a cardiologista Marildes de Castro, presidente do Departamento de Cardiologia da Mulher do SBC.

Campanha

No primeiro dia do simpósio, a Dra. Maria Paniágua apresentou os objetivos Go Red for Women/Mulheres de Vermelho. A campanha nasceu nos Estados Unidos depois que uma grande pesquisa patrocinada pela AHA (American Heart Association) revelou que a doença cardíaca foi de longe, a causa número um de mortes de mulheres.

Palestrantes pediram um olhar mais apurado sobre à saúde da mulher Foro: Sílvio Romero

Segundo Monica Acevedo, fundadora da Mulheres de Vermelho no Chile, é de grande importância que os médicos, de qualquer especialidade, saibam que a primeira causa de morte nas mulheres são por problemas cardiovasculares. “Os sintomas são diferentes dos homens. Quando elas chegam ao hospital com apresentação clínica distinta, os médicos demoram mais a pedir um eletrocardiograma e iniciar o tratamento adequado. Queremos que eles ajudem, ainda mais, a prevenir os fatores de risco, pois as mortes estão aumentando ao invés de diminuir”, destacou.

Mildren del Sueldo, coordenadora da campanha na Argentina, destacou o evento em Maceió como mais um marco na jornada da Mulheres de Vermelho, que chegou na Argentina em 2006. “Ao redor do mundo, a campanha tem conscientizado as mulheres sobre o problema. Os fatores de risco são bem parecidos com o dos homens, mas tem algumas diferenças pontuais, como as questões hormonais. Por isso é muito importante saber toda a história evolutiva da mulher, pois ela pode indicar se essa paciente precisa fazer parte de um programa de cuidados mais intensivos”, destacou.

 

 

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