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Doenças inflamatórias intestinais atingem 13 brasileiros a cada 100 mil

Dor abdominal e diarreia. Sintomas tão comuns que podem esconder problemas crônicos e sérios, como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn – doenças inflamatórias intestinais (DIIs) que impactam a vida pessoal, social e profissional dos pacientes. O gastroenterologista e endoscopista da Santa Casa de Maceió, Carlos Amaral, fala sobre a necessidade de ficar alerta aos sinais que o corpo dá para encontrar o melhor tratamento.

“Quando se vive com uma condição crônica como a DII, invisível por si só, posto que seus sintomas não são facilmente notados por outros ao redor, a sensação de inadequação, vergonha e o sofrimento decorrente podem ser tão grandes que a pessoa acredita ser a única a padecer desse mal. E isso faz com que hesitem em falar abertamente sobre a doença. No entanto, os pacientes dessa condição são milhões, não apenas no Brasil, onde a cada 100 mil pessoas, cerca de 13 são diagnosticadas com essas doenças, mas também em todo o mundo”, disse o gastroenterologista, Carlos Amaral.

Os sintomas típicos das DIIs incluem dores no abdome, diarreia, distensão abdominal, cólicas intestinais (que variam de intensidade de acordo com o quadro do paciente), sangramento retal, náuseas, vômitos, febre, perda de peso e cansaço. Entre 25% e 40% dos casos também apresentam dores nas articulações, inflamação nos olhos, problemas renais, pancreáticos, hepáticos, e fraqueza.

As Doenças Inflamatórias Intestinais não têm cura, mas o diagnóstico precoce ajuda a evitar complicações e minimizar os sintomas. “O sucesso do tratamento começa com um diagnóstico preciso, que deve envolver o histórico do paciente e a execução de exames para identificar o tipo de DII”, explica o especialista.

O médico examinará o histórico do paciente, exame físico e também poderá solicitar vários exames que irão ajudar a identificar se é doença de Crohn, retocolite ulcerativa ou retocolite indeterminada. “Esses exames se enquadram em várias categorias. Alguns são invasivos – realizados dentro do corpo, como a colonoscopia – enquanto outros não são invasivos e requerem acesso a amostras de sangue, amostras de fezes ou exames de imagens do local da doença suspeita”, destacou o médico.

Segundo Carlos Amaral, o arsenal de tratamentos tem evoluído bastante na última década, com particular enfoque nos medicamentos biológicos, que produziram verdadeira revolução no manejo dessas doenças, modificando a resposta do paciente, de forma que o organismo volte ao seu equilíbrio anterior, contribuindo para o processo de melhoria dos sintomas.

O Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal foi definido internacionalmente em 2010. No Brasil, o Maio Roxo começou a ser realizado pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) em 2016, com ações que buscam esclarecer os desafios enfrentados por pessoas que sofrem dessas doenças.

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