Entenda os perigos da confusão mental em idosos
Com o aumento da expectativa média de vida do brasileiro, boa parte da população pode alcançar idades muito avançadas e vivenciar várias questões ligadas ao envelhecimento. O delirium, ou confusão mental aguda, é um dessas possibilidades. Mais comum em pessoas idosas, afetando até 80% dos que estão em UTI, o problema aumenta consideravelmente o tempo de internação e as taxas de mortalidade.
A coordenadora do Serviço de Geriatria da Santa Casa de Maceió, Helen Arruda, destaca que por se caracterizar como uma alteração aguda do nível de consciência, ela precisa ser identificada e tratada o mais rápido possível. “Dizemos que delirium é uma emergência geriátrica. O paciente com quadro confusional agudo precisa ser avaliado o mais rapidamente possível, pois esse quadro pode ser causado por dor, desidratação, constipação intestinal, infecção (urinária é a mais comum) entre várias outras causas, inclusive infarto e AVC”, disse a especialista.
Essa alteração da consciência pode causar sonolência (mais comum) ou agitação psicomotora. Também há alteração no nível de atenção e esses sintomas podem flutuar ao longo do dia. Os diagnósticos diferenciais são em geral com depressão, demência e transtornos psicóticos, sendo que o tempo do início dos sintomas é um fator muito importante para essa diferenciação.
“Pacientes com delirium hiperativo (agitação, agressividade, inquietação) podem ser tratados com antipsicóticos. Enquanto se investiga e depois trata a causa. Desde que a causa seja tratada, o paciente pode se recuperar completamente, por isso a importância do diagnóstico precoce”, ressalta a geriatra.
Para ela, é importante que a família e cuidadores (no caso de idosos mais dependentes) identifiquem qualquer mudança em relação ao basal, para que o médico seja comunicado o mais rápido possível.
HOSPITALIZAÇÃO – Pacientes hospitalizados tem um risco ainda maior de apresentar quadro confusional, principalmente em ambientes de UTIs. “Nesses pacientes, em geral, o delirium é causado por múltiplos fatores. E todos precisam ser corrigidos para que o paciente se recupere mais rapidamente. Algumas medicações, por exemplo, podem causar delirium. Corticoides, derivados opióides (tramadol, codeína, morfina), antibióticos, entre outros. Nesse caso, o geriatra faz o ajuste, com redução de dose ou troca a medicação”, destacou Helen Arruda.
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