Uso do contraste nos exames de imagem: entenda seus riscos e benefícios
Santa Casa de Maceió realiza mais de 1200 exames contrastados por mês
Usados diariamente nos exames de imagem, os meios de contraste são essenciais para fornecer diagnósticos. Eles auxiliam na melhor caracterização das diversas estruturas do corpo e na diferenciação dos determinados tipos de lesões e tumores. Os agentes de contraste podem ser a base de iodo ou gadolínio, e administrados por via venosa, oral ou retal, a depender do método de imagem utilizado e indicação clínica, respectivamente.
A Santa Casa de Maceió possui unidades especializadas para realização de exames de imagem, dentre elas o Centro de Diagnóstico, localizado em sua sede, no Centro da capital alagoana, e na Santa Casa Farol. Mensalmente, são realizados cerca de 2.500 procedimentos de imagem, como ressonâncias magnéticas, tomografias computadorizas e radiografias; em cerca de 50% deles, são utilizados os meios de contraste.
O coordenador do Serviço de Radiologia da Santa Casa de Maceió e preceptor do programa de Residência Médica, o radiologista Rodrigo Pinheiro* destaca que, apesar da segurança e eficácia dos agentes de contraste quando administrados corretamente, algumas reações adversas podem acontecer.
“Eles só são realizados após uma anamnese direcionada e criteriosa, bem como de sua autorização de uso, ou seja, o médico tem uma conversa com o paciente para saber a indicação clínica do exame, seu histórico de alergias e avaliar possíveis fatores de risco. Não existe exame para saber previamente se a pessoa é alérgica ao contraste”, disse o especialista.
Ainda, segundo Pinheiro, alguns mitos sobre o tema precisam ser derrubados. “Pessoas com alergias a crustáceos, por exemplo, não estão impedidas de realizar exames com meios de contrataste. É um mito. Existem pessoas alérgicas a mais de uma classe de medicamentos, mas, que, apesar disso, também não estão contraindicadas de sua utilização. Aliás, é importante lembrar que sempre estamos preparados para qualquer reação, mas essas são bem raras de acontecer”, destacou.
Além das reações alérgicas, o uso dos meios de contraste pode causar danos aos rins, principal órgão responsável pela eliminação desses agentes pelo corpo. Porém, protocolos de nefroproteção, assim como preparos antialérgicos, podem ser utilizados previamente em casos específicos. Algumas reações são esperadas durante a administração do meio de contraste, como sensação de “queimação” e urgência urinária, mas elas não são sinônimo de alergia ao contraste.
Para a maior segurança do paciente, a utilização dos meios de contraste deve ser feita em um ambiente hospitalar e com estrutura para atender rapidamente qualquer tipo de reação adversa, além de possuir a assistência rápida de toda a equipe de radiologistas e médicos emergencistas do hospital.
“Metade dos pacientes que fazem esse tipo de exame conosco possui questões de saúde mais complexas. Apesar disso, nunca registramos nenhum óbito ou reação adversa mais grave no Complexo da Santa Casa. E caso aconteça, o protocolo é prontamente acionado”, ressaltou o radiologista Rodrigo Pinheiro.
*Residência Médica pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Rodrigo Pinheiro é médico radiologista desde 2009 e entrou no corpo clínico da Santa Casa de Maceió em 2011.
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