Procura por cirurgia da Operação Sorriso surpreende organização
O primeiro balanço parcial da Operação Sorriso, realizada no Ambulatório Geral da Santa Casa de Maceió, registrou até o meio de hoje (21) nada menos que 138 crianças cadastradas e avaliadas para se candidatarem às cirurgias de fissura labial ou lábio-palatina (lábio e “céu da boca”), que ocorrerão a partir desta sexta-feira. “No trabalho que realizamos no Rio de Janeiro foram apenas 98 crianças durante todo o dia”, comparou o cirurgião plástico André de Mendonça, coordenador da Operação Sorriso em Alagoas.
Cerca de 50 profissionais de saúde e 45 voluntários alagoanos começaram o dia cedo. A partir das 5 horas, o Estacionamento B, defronte à Emergência 24 Horas, foi aberto para receber as mães e crianças candidatas à cirurgia lábio-palatina. Ainda no período da manhã, a Operação Sorriso recebeu a visita do promotor Ubirajara Ramos, coordenador do Núcleo de Defesa da Criança e do Adolescente, e do secretário estadual de Saúde, André Valente, ambos acompanhados pelo provedor da Santa Casa de Maceió, Humberto Gomes de Melo, e pelo coordenador da missão, o goiano Clóvis Brito, e do próprio André de Mendonça.
O secretário André Valente e o promotor Ubirajara Ramos destacaram que a iniciativa alcançou ao menos três objetivos, primeiro pôs em pauta a realidade vivida pelas crianças que sofrem com este tipo de problema; segundo, viabilizou a formação de um cadastro para que a Saúde possa criar um serviço de atendimento específico para este público e, por fim, reuniu profissionais, equipamentos e condições para devolver o sorriso a muitas crianças que serão submetidas à cirurgia de fissura labial.
Conforme frisou o provedor Humberto Gomes de Melo, todas as crianças cadastradas farão a cirurgia, sendo o primeiro grupo esta semana e as demais no decorrer do ano. A coordenação da Operação Sorriso confirmou ao promotor Ubirajara Ramos que está agendando mais 125 cirurgias para o próximo ano.
Outra boa nova veio de César Liro, um dos diretores da Secretaria Estadual de Saúde. Segundo ele, será criado um ambulatório na Uncisal para acompanhar e viabilizar novas cirurgias para estas crianças. “Estamos reformando um espaço no Hospital Geral do Estado para receber este novo serviço”, anunciou. A lista das crianças selecionadas e o resultado da Operação Sorriso serão informados amanhã em entrevista coletiva às 11 horas no Centro de Estudos da Santa Casa de Maceió.
Hoje
As mães foram recebidas no Estacionamento B, local que recebeu toldos, cadeiras, mesas e brinquedoteca para garantir o conforto aos beneficiados e envolvidos na iniciativa. Em seguida, grupos de mães e crianças foram encaminhados ao Ambulatório Geral para o processo de avaliação.
O atendimento teve início às 8h30, seguindo uma metodologia conhecida como as oito estações. Os pacientes foram entrevistados e avaliados por oito profissionais (divididos em estações, ou consultórios) dentre eles, enfermeiras, psicólogas, geneticistas, pediatras clínicos, cirurgiões plásticos, odontólogos, fonoaudiólogos e anestesistas.
Durante todo o dia, mães e filhos foram acompanhados por profissionais de terapia ocupacional e psicólogas e ainda receberam lanches e refeições sob a responsabilidade da equipe de nutrição da Santa Casa.
Resultado
O resultado da Operação Sorriso poderá ser conhecido somente amanhã. As mães devem ligar para o telefone do Ambulatório Geral (2123-6287 ou 2123-6005) e procurar informações com a assistente social de plantão ou dirigir-se pessoalmente ao setor.
Conforme explicou a gerente assistencial da Santa Casa de Maceió, Rejane Paixão, alguns processos patológicos, como viroses, pneumonia e anemia profunda são determinantes para que a criança não seja selecionada para a cirurgia.
“Não deixa de ser um momento triste para as mães, porém não queremos submeter essas crianças a nenhum risco”, justificou Rejane, explicando que os não selecionados receberão tratamento para tais patologias e serão acompanhados após a Operação Sorriso pelo próprio cirurgião plástico André de Mendonça.
Como a capacidade da equipe e dos equipamentos possui um limite, haverá prioridade para os casos de pacientes que sofram apenas de fissura labial. Em seguida virão os casos de lábio-palatina (lábio e “céu da boca”) e, por último, os de fissura no palato (crianças com problema apenas no “céu da boca”).
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