Cesariana traz mais riscos para a mulher
O Hospital Nossa Senhora da Guia vem registrando um contínuo crescimento no número de partos normais desde que entrou em operação em 2009. No primeiro ano foram 124 partos normais, contra 148 em 2011 e 179 em 2012. O problema é que a cesariana cresceu na mesma proporção, saltando de 141 em 2009 para 238 no ano passado.
“O parto normal faz bem para a mãe e a criança. Aliado à amamentação, o parto natural ajuda o corpo da mulher a voltar ao estado normal mais rapidamente”, afirma o obstetra do Hospital Nossa Senhora da Guia, João Batista Bezerra Lacerda. Ele esclareceu algumas das principais dúvidas sobre o tema.
Colocando os prós e contras em uma balança, o que é melhor: parto normal ou cesárea?
Sem sombra de dúvida: o parto normal é o melhor, principalmente para a mãe. Uma das principais vantagens é a rápida recuperação da paciente, que meia hora após o parto já tem condições de andar. Outro fator positivo é a imediata interação entre mãe e filho, com a criança sendo amamentada nos primeiros minutos de vida. Já na cesárea tudo isso é mais difícil devido ao estado de anestesia da paciente.
Há quem tenha receio de que a musculatura pélvica possa ficar flácida…
Todo organismo da mulher volta naturalmente ao seu estado normal. Com a amamentação o processo é mais rápido ainda.
E quanto à alta da paciente e a outros riscos inerentes ao parto normal?
A alta da paciente pode ocorrer até 24 horas após o parto normal. Já na cesariana é preciso esperar, no mínimo, 72 horas. Vale destacar que no parto normal o risco de infecção, de complicações e de morte praticamente inexistente, ao contrário da cesariana, que, por ser uma cirurgia, possui um índice de mortalidade maior e eventualmente pode trazer complicações pós-operatórias para a mulher. É nessa hora que surgem as dores da cesariana.
Então, por que os números do parto cesáreo ainda predominam?
As mulheres acham que a cesariana é mais rápida e sem dor. Além do mais pode garantir a laqueadura das trompas, tudo num só procedimento. O problema é que, repito, as dores e eventuais complicações, normais de qualquer cirurgia, ocorrem após a anestesia.
Em quais casos a cesariana é realmente necessária?
A cesariana é indicada nos casos de risco materno e de sofrimento fetal agudo. Também é indicada quando ocorre o descolamento prematuro da placenta ou quando a cabeça da criança é maior que a bacia da mãe.
Existe algum limite de cesarianas na mulher?
Quanto mais cesarianas, maior o risco para a gestante, porque o local onde se faz o corte fica cada vez mais fino e a chance de romper o útero é maior.
O chamado parto humanizado está ganhando espaço. Como ele funciona?
No parto humanizado a gestante pode escolher alguém para acompanhá-la antes e durante o parto, daí a importância da escolha correta do acompanhante. No Nossa Senhora da Guia é temos ainda o acompanhamento de fisioterapeuta antes, durante e após o parto, o que traz bons resultados na recuperação da parturiente.
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