Aftas têm tratamento, mas em alguns casos podem sinalizar câncer oral
Existe uma incômoda dor que afeta a todos e que, da mesma forma repentina como chega, desaparece sem deixar vestígios. Estamos falando da afta, uma forma comum de úlcera bucal, dolorosa, que costuma ser branca ou amarelada, rodeada por uma área vermelha brilhante e que surge em qualquer local da mucosa oral, cicatrizando em até 15 dias.
As causas mais comuns do surgimento desta enfermidade são: traumas, ou alguma doença específica, medicamentos (antibióticos ou corticóides), carência de vitamina B12, ferro e ácido fólico, alergias, estresse, mudanças hormonais ou período menstrual.
“A baixa de imunidade também facilita a ação de fungos que podem causar aftas, além da boca seca, do fumo entre outros fatores agressores. Os sintomas mais comuns que acompanham as aftas são dor, leve sangramento, vermelhidão e os menos comuns mas que podem estar presentes são febre, inchaço dos linfonodos e até apatia”, explicou a odontóloga Fernanda Mota, que atua na Unidade Oncológica Rodrigo Ramalho atendendo pacientes em tratamento na Linha Oncológica da Santa Casa de Maceió.
“Um diagnóstico diferencial da afta, o qual devemos ficar mais atentos, é o câncer oral, que pode se iniciar com essas características de pequenas úlceras, com fundo amarelado ou branco (necrótico) e com bordas vermelhas mais altas e linfoadenomegalia cervical ou submandibular, porém o câncer oral em estágio inicial não apresenta dor e não cicatrizam em 15 dias, ao contrário, evoluem”, explicou Fernanda Mota, que atua com odontologia oncológica e pacientes com necessidades especiais.
Segundo ela, é importante que o paciente procure um dentista especializado na área para diagnóstico e tratamento das lesões orais e caso seja diagnosticado o câncer oral seja encaminhado aos serviços de referência de sua cidade. “O diagnóstico precoce é o melhor prognóstico”, alertou.
Um paciente diagnosticado precocemente tem mais de 90% de chance de cura. Segundo o Instituto Nacional do Câncer o Brasil registra aproximadamente 14.500 novos casos de câncer oral por ano, levando cerca de 5.500 pessoas a óbito. “Certamente esses números poderiam ser bem menores caso tais pacientes fossem acompanhadas por um dentista nos primeiros sinais da doença”, diz Fernanda Mota.
Tratamento
O tratamento da afta pode ser realizado por meio de pomadas com corticóide para uso tópico. Mas, é importante que o paciente procure um dentista para confirmar o diagnóstico, pois existem lesões orais, como a herpes, que se assemelham à afta, mas cujo tratamento é diferente.
Deixe uma resposta