Ultrassonografia das carótidas pode prevenir o AVC
A cada ano morre no Brasil em decorrência de acidente vascular cerebral (o popular derrame) o equivalente a seis estádios com a capacidade do Trapichão, em Maceió. São mais de 100 mil óbitos por ano, dos quais 90% acima dos 50 anos.
Mas, o que fazer para não entrar nessa estatística? Prevenir o problema por meio de hábitos saudáveis de vida e de um exame simples. Estamos falando da ultrassonografia das carótidas, artéria por onde passa o fluxo sanguíneo do coração ao cérebro e inclusive a outros órgãos, como a visão.
A ultrassom das carótidas é um procedimento não invasivo, não ionizante, de baixo custo e de execução rápida (20 a 30 minutos), onde se busca identificar se há ou não a obstrução da artéria assim como a anatomia e a circulação do fluxo sanguíneo nesse vaso arterial. De acordo com o nível de interrupção do fluxo carotídeo, o paciente pode vir apresentar, por exemplo, o derrame cerebral.
“No acidente vascular cerebral do tipo isquêmico a obstrução da carótida reduz o suprimento de sangue e oxigênio a uma parte do cérebro, provocando danos ou até mesmo à morte das células cerebrais, o que resulta, neste último caso, no estado de coma”, explicou a cardiologista Janiffer Lacet Machado. Ela é uma das quatro ultrassonografistas que realizam especificamente este tipo de exame na Santa Casa de Maceió.
A recomendação da médica é que homens e mulheres após os 30 aos devem incluir o ultrassom das carótidas em seu check-up anual, assim como periodicamente as mulheres vão ao ginecologista e os homens fazem hemogramas. “Os males da vida moderna, como a má alimentação e o sedentarismo, têm exposto adultos jovens ao risco do AVC cada vez mais cedo”, acrescentou Lacet.
Até recentemente a ultrassom das carótidas era indicada predominantemente aos pacientes cardíacos no pré-operatório ou que já tenham sofrido o AVC. Agora, preocupados com a prevenção, os médicos recomendam que pacientes com dislipidemia (alta taxa de colesterol no sangue) também façam o exame.
Há também casos que podem ou não ser sinais de AVC, como tontura repentina, perda momentânea da visão, desmaios sem explicação, pacientes tabagistas e, por incrível que pareça, até mesmo pacientes assintomáticos podem ter placas de gordura ou calcificações na artéria e nem saber disso pela pura falta de sintomas.
Segundo Janiffer Lacet, o exame já é coberto pelas operadoras de planos de saúde.
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