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Almoço com o Provedor: colaboradores dizem o que pensam (e fazem) sobre a humanização

Leia mais nesta matéria:

  • Pacientes em UTI recebem companhia de familiares na visita estendida
  • Pequenos detalhes fazem a diferença no trato com o paciente
  • “É preciso ter cuidado com as palavras em UTIs”, diz enfermeira
  • “Vocês salvaram minha filha”, diz mãe após gesto do Serviço Social
  • Quimioterapia muda rotina para agilizar início de terapia
  • “Bons exemplos devem ser seguidos”, diz diretor

 

Técnica de enfermagem Ingrid Cecília com o casal Rosinete e Humberto Gomes de Melo: reconhecimento

O Almoço com o Provedor desta semana teve um toque todo especial. O encontro reuniu a comissão que organizou a 3ª Olimpíada de Boas Práticas comemorando aos 30 anos da CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar).

Junto com o provedor Humberto Gomes de Melo e sua esposa, Rosinete Mendonça de Melo, estiveram presentes os diretor administrativo Dácio Guimarães, o superintendente Severino Moura (Suprimentos e Produção Assistencial), além dos gerentes Tereza Tenório (Riscos e Práticas Assistênciais) e Sílvio Melo (Gestão de Pessoas).

No encontro aplausos para a homenagem à técnica de enfermagem
Ingrid Cecília de Oliveira, que atua na Emergência da Santa Casa de Maceió. Ela foi um dos principais destaques na última auditoria da Acreditação, que foi elogiada e reconhecida pelos próprios técnicos em visita ao hospital. A homenagem também foi dirigida à equipe de enfermagem, que comemorou seu dia em 20/05.

Humanização

Mas, o tema que dominou o almoço com o provedor foi mesmo a humanização na assistência. Os colaboradores reportaram diversos relatos que dão a dimensão exata de até onde o conceito de humanização pode chegar.

A gestora administrativa do Programa de Humanização, psicóloga Taciana Amorim, acredita que as experiências apresentadas no almoço devam ser replicadas por todos os colaboradores do hospital, das áreas assistencial e administrativa, de forma que a humanização atinja a mesma dimensão já alcançada por iniciativas como a Acreditação, por exemplo.

Conforme a gerente Tereza Tenorio, humanização é ter empatia pelo outro, é colocar-se no lugar do outro. “Se todos pensarmos e agirmos assim, a humanização acaba ocorrendo naturalmente”, disse.

A coordenadora Daniela Broad (Enfermagem) destacou a importância do acolhimento e do contato pessoal com cada pessoa que encontramos e que passa ao lado nos corredores e ambientes do hospital.

“Recebi um elogio simplesmente porque saudei um acompanhante “olhando no olho”, disse Broad, sendo citada pelo acompanhante “com a mesma alegria do auxiliar administrativo Matheus, que atua na Recepção do hospital”. “Devemos estar atentos a quem passa ao nosso lado”, acrescentou.

Daniela Broad lembrou outro exemplo, quando ela vivenciou a experiência de acompanhar um familiar no centro cirúrgico. A enfermeira relata ter ouvido muito barulho no centro cirúrgico, o que acaba impactando ainda mais aquele momento de fragilidade porque passa o paciente. São detalhes como esse que fazem a diferença entre um hospital humanizado ou não.

Visita estendida

O médico Rodrigo Dantas, do Serviço de Controle de Infecções e Eventos Adversos, destacou ainda a importância da Visita Estendida, iniciativa que passou a permitir que uma familiar permaneça ao lado de pacientes internados em UTI, o que ainda é proibido em muitos hospitais do País.

“Com a visita estendida notamos uma melhora no quadro clínico do paciente internado em UTI”, acrescentou a supervisora Cecília Mota (Enfermagem da UTI Cirúrgica), explicando que na visita estendida um familiar previamente escolhido pode permanecer ao lado do paciente por duas horas por dia. Além disso, tem o horário normal de visita.

Pequenos detalhes

Já a psicanalista Rosinete Mendonça de Melo acentuou que é preciso fazer uso da misericórdia no sentido de que “devemos doar nossa atenção em prol do próximo”.

Ela citou o caso de um paciente que reclamou de gestos de colaboradores que passam despercebidos no cotidiano do hospital, como a abertura brusca da porta sem bater, o bater na porta com mais força do que o necessário, conversas paralelas e em tom alto ou inapropriadas entre funcionários e até médicos falando assuntos que afetam o psicológico do paciente ao lado do leito.

Ela abordou ainda a importância dos profissionais do hospital cuidarem de seus aspectos psicológicos. “O cuidador, profissional ou não, também precisa cuidar de si”, completou.

O médico Rodrigo Dantas frisou que a humanização é algo tão simples como cobrir um paciente que demonstra estar com frio: “É ser proativo em relação às necessidades de pacientes, acompanhantes e visitantes”.

Em sua fala, a técnica de enfermagem Ingrid Cecília lembrou que ouvir o paciente pode fazer a diferença na vida dele. “Não podemos desconsiderar seus sentimentos. Todos nós devemos estar atentos às necessidades do outro. Isso é humanização”, comentou.

Mais um alerta em UTI

Neste ponto, a supervisora do Grupo de pele, enfermeira Silvia Karla, alertou os profissionais que atuam em UTIs, com pacientes entubados, sedados ou em coma, para que evitem comentários relativos ao quadro clínico do paciente.

Situações como essa são muito comuns na passagem de plantão, onde as equipes precisam relatar a situação de cada paciente e às vezes o fazem ao lado do leito. “Eles ouvem tudo”, disse a supervisora, emocionando-se ao citar um caso pessoal envolvendo uma familiar internada no hospital e em cuidados paliativos. “Vocês estão desistindo de mim?”, disse a paciente, após ouvir comentários de um profissional sobre o seu estado de saúde.

Neste sentido, Sílvia Karla citou a forma cuidadosa como o médico Hélvio Chagas Ferro se porta junto aos pacientes, acompanhantes, colegas e profissionais da assistência. “É uma referência para todos nós quando o assunto é humanização”.

Para concluir, ela citou ainda a importância do toque físico como sinal de humanização em cuidados paliativos ou na assistência ao paciente.

Ao ouvir o relato da enfermeira Sílvia Karla, o provedor Humberto Gomes de Melo solicitou à gerente Tereza Tenório que checasse as rotinas de passagem de plantão e no trato com o paciente em UTIs, centro cirúrgicos entre outros.

“É importante evitarmos situações como essa, mudarmos as rotinas, se necessário, e conscientizarmos a todos para que tenha mais este cuidado com o paciente”, alertou o provedor.

Suicídio

A humanização passa também pela forma como a equipe multiprofissional se relaciona com a família do paciente. A assistente social Somaya Lemos citou o caso de um mãe agradeceu por ter sido informada da segunda tentativa de suicídio de sua filha, que foi internada na Santa Casa de Maceió.

“O hospital me deu a oportunidade de salvar minha filha”, disse a mãe, lamentando não ter sido informada pelo outro hospital na primeira tentativa de suicídio.

30 anos de CCIH

Sobre os 30 anos da CCIH, a gerente Tereza Tenório afirmou que hoje conta com a parceria da equipe multiprofissional do hospital para disseminar as rotinas de prevenção de eventos adversos. “Diferente do passado, quando a CCIH era vista apenas como uma equipe de fiscalização pronta pata dedurar os colegas, hoje médicos, enfermeiras e todos os profissionais do hospital são parceiros e disseminadores das boas práticas da assistência.

Mudanças na quimioterapia

Em sua fala, o superintendente Severino Moura parabenizou a todos os presentes e aproveitou a oportunidade para informar que houve mudanças na rotina do Centro de Oncologia.

“Agora os medicamentos da quimioterapia estão sendo preparados no dia anterior, de forma que os pacientes começam o tratamento assim que ingressam no complexo”, disse Moura.

Bons exemplos devem ser seguidos

Por sua vez, o diretor Dácio Guimarães acentuou que os bons exemplos reportados naquele almoço deveriam ser replicados por todos em prol da humanização do paciente. “Temos que pensar como gostaríamos de ser tratados se estivéssemos como paciente no leito do hospital”, instigou Dácio Guimarães.

A psicanalista Rosinete Mendonça de Melo deixou a seguinte mensagem: “Quando estiver como paciente, quero ser atendida por vocês. Não quero ir a São Paulo. Já ouvi muitas pessoas dizerem “Ela só sobreviveu porque estava na Santa Casa. Parabenizo vocês”.

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