Momento na Redinha ajuda a desenvolver bebês em Maceió
Com o objetivo de melhorar a qualidade do sono, estimular o desenvolvimento neuropsicomotor e tornar a internação mais tranquila para os recém-nascidos, a Maternidade Nossa Senhora da Guia conta com o projeto Momento na Redinha, que beneficia bebês prematuros internados na unidade de saúde. Uma rede hipoalergênica e 100% algodão é afixada na incubadora e os bebês repousam por até duas horas, pela manhã e à tarde, com direito à musicoterapia instrumental infantil.
Implantado em 2012 pelas fisioterapeutas Gabriela Noya e Sarah Suênia, o projeto Momento na Redinha já beneficiou mais de 100 bebês que ficaram internados na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCI Neonatal) da maternidade Nossa Senhora da Guia, em Maceió. A ideia surgiu quando as duas fisioterapeutas pesquisaram na internet e perceberam que o projeto era desenvolvido com sucesso em hospitais nos estados de Minas Gerais e São Paulo.
Quando os bebês nascem prematuros ou com algum problema de saúde que requer cuidados especiais, eles ficam internados na maternidade em uma rede que simula a temperatura e o espaço intrauterino, de onde a maioria saiu antes do tempo e sente falta. "Os bebês prematuros sentem falta do aconchego do útero porque nasceram antes do tempo previsto, então a redinha simula esse espaço e acalma os recém-nascidos, que dormem por mais tempo e ficam calminhos", disse Gabriela Noya.
Além disso, como ela explica, os ruídos na UCI são inúmeros e causam estresse nos bebês, que choravam bastante, ficavam inquietos, mas a redinha contribuiu para que eles ficassem mais calmos. "Há muito barulho de respirador, alarmes e da manipulação das máquinas no dia a dia da UCI. Os recém-nascidos ficavam muitos chorosos com os ruídos e o movimento do entra e sai. Antes era aplicado um pouco de glicose para acalmá-los, mas com a redinha não se faz mais necessária a aplicação da glicose porque a rede ajuda a evitar o estresse e os incômodos causados pelo barulho", informa.
As mães adoram o projeto e reconhecem o resultado no dia a dia. É o caso de Janiele Barbosa da Silva, de 24 anos, mãe de Emily Victória de Almeida Barbosa, nascida há 15 dias. "Eu gosto do Momento na Redinha porque ela fica bem calminha. Assim que nasceu era muito abusadinha, chorava muito, mas agora está dormindo mais e não quer nem saber do meu colo", disse Janiele, feliz com o desenvolvimento da filha.
Para poder ficar na redinha, o bebê não pode estar com nenhum suporte de oxigênio, precisa respirar o ar ambiente. "Os recém-nascidos aptos para a redinha precisam estar hemodinamicamente estáveis, ou seja, com o sistema cardiorrespiratório funcionando normalmente, não podem respirar com a ajuda de aparelhos", disse Gabriela.
Durante a internação, os recém-nascidos prematuros são alimentados por sonda de 3 em 3 horas. A mãe tira o leite, que é enviado por sonda porque, como a maioria é prematuro, o bebê não pode fazer o esforço da sucção na amamentação, o que facilita o ganho de peso.
"A redinha contribui para o ganho de peso dos bebês, que acabam saindo antes do previsto da internação. É um trabalho importante porque ajuda no desenvolvimento motor dos recém-nascidos, além de proporcionar o relaxamento. Os bebês dormem por mais horas e a melhora da saúde como um todo é nítida", disse Sarah Suênia, fisioterapeuta e supervisora de serviço da Maternidade Nossa Senhora da Guia.
Atualmente, de acordo com Sarah Suênia, a Maternidade Nossa Senhora da Guia conta com apenas quatro incubadoras adequadas para o desenvolvimento do projeto Momento na Redinha, o que dificulta devido ao número de bebês que nascem na unidade e precisariam ser beneficiados pelo projeto. Mas, mesmo com essa dificuldade, as duas fisioterapeutas fazem o que podem para que todos os bebês tenham seu momento de relaxamento e saiam da unidade tranquilos e saudáveis.
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