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Santa Casa de Maceió debate atualização do protocolo de Sepse

Sepse não é um nome tão conhecido, mas seus efeitos são fatais.  A temida “infecção generalizada” é uma das poucas doenças que atingem pessoas que moram tanto em localidades com poucos recursos, como em áreas mais desenvolvidas. Anualmente, entre 20 a 30 milhões de pessoas são atingidas pela moléstia, com alto índice de mortalidade.

Segundo relatório nacional do Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), no Brasil, a taxa de letalidade dos pacientes diagnosticados com sepse é de 29% entre hospitais públicos e privados. Pensando nisso, a Santa Casa de Misericórdia de Maceió, por meio da Gestão de Riscos, promoveu na quinta-feira (5), o debate “Vamos falar de Sepse?”. Dentro das ações do Dia Mundial de Combate à Sepse, que é celebrado no dia 13 de setembro, o evento foi direcionado ao corpo clínico e equipe multidisciplinar da instituição para mostrar o trabalho do complexo hospitalar na luta contra a doença.

Thiago Fragoso, médico gestor do protocolo de Sepse da Santa Casa de Maceió

De acordo com o médico gestor do protocolo de Sepse da Santa Casa de Maceió, Thiago Fragoso, o evento foi uma boa oportunidade para disseminar as diretrizes adotadas pela instituição. “Pudemos fazer a divulgação da atualização do nosso protocolo e promover algumas discussões sobre como diagnosticar e tratar a Sepse entre os profissionais de saúde. Durante dois dias, também foi feito um trabalho de conscientização com a população, com a panfletagem e orientações em praça pública para que as pessoas possam reconhecer os sintomas da doença. Quando isso acontece, elas podem procurar um profissional de saúde e tratar o mais rápido possível”, disse.

A atualização do protocolo de Sepse acontece com regularidade na instituição. A equipe multidisciplinar faz uma busca ativa por artigos científicos na literatura científica atual para ver de que maneira o protocolo pode ser aprimorado. “Nosso protocolo está em ação faz algum tempo, e funciona muito bem. O grande objetivo da atualização é viabilizar normativas que atendam melhor ao diagnóstico de sepse frente aos conceitos e desafios atuais. A evolução científica é algo que está sempre acontecendo e surgem novos artigos, novas formas de diagnóstico e de tratamento, então não podemos engessar o protocolo”, ressaltou Thiago Fragoso.

Na atualização do seu protocolo de Sepse, a Santa Casa de Maceió passa a contar com o escore SOFA, considerado padrão ouro no diagnóstico da disfunção orgânica, e o qSOFA, que apesar de não ser útil como diagnóstico, pode ser uma ferramenta de triagem útil, permitindo selecionar os pacientes que possuem um risco aumentado de pior desfecho.

Encontro reuniu colaboradores do corpo clínico da instituição

Existem algumas condições para o surgimento da Sepse. Pacientes idosos, cujas defesas imunológicas são mais baixas; indivíduos com status de imunodepressão ou porque que usam algum medicamento por ter uma doença autoimune; tratamento oncológico; e doença de base que leva a baixa de imunidade, como HIV/Aids. O protocolo de Sepse da Santa Casa de Maceió é executado por uma equipe multidisciplinar com enfermeiros, farmacêuticos e médicos, que atuam diariamente na vigilância das regras estabelecidas para o combate à doença.

Para atualizar os colaboradores da Santa Casa de Maceió, o médico Thiago Sotero Fragoso, a infectologista Renata Brandão Leite, o médico do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), Rodrigo Dantas da Cruz, os médicos Cláudia Falcão, Caroline Le Champignon, Sandra Márcia e Flávio Teles realizaram uma série de palestras e um debate com temas relevantes.

Rodrigo Dantas da Cruz provocou os participantes sobre como identificar os sinais da Sepse

“Ser ou não ser, eis a questão” foi o tema da palestra de Rodrigo Dantas da Cruz. O médico provocou os participantes sobre como identificar os sinais da Sepse. “Viver ou morrer, uma dúvida bem comum quando se fala de Sepse. Os profissionais da saúde precisam saber lidar com o paciente nessa situação. Não existe uma especialidade única que vá lidar com a Sepse. Ela pode estar presente em qualquer local de atendimento. E o evento trouxe o que temos de mais atual em termos de diagnóstico, tratamento e envolvimento da equipe multiprofissional, reforçando a importância do diagnóstico cada vez mais precoce, se possível desde casa, se o familiar tiver a suspeita de Sepse, dos profissionais que vão fazer esse atendimento e como isso vai ter um desfecho positivo na sobrevida do doente”, disse Dantas.

Queremos que o paciente chegue ao hospital o mais rápido possível, disse Tereza Tenório, gerente de Riscos e Práticas Assistenciais da instituição

Tereza Tenório, gerente de Riscos e Práticas Assistenciais da instituição, destacou a importância do evento. “Tivemos a presença maciça de médicos, médicos intensivistas, médicos da Emergência do hospital, do Time de Resposta Rápida da instituição, profissionais farmacêuticos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, além da equipe da Gerência de Ensino, que é essencial para que possamos fazer uma divulgação do tema dentro e fora da comunidade hospitalar, e para que tenhamos o apoio necessário que um protocolo dessa magnitude tenha uma ampla adesão de todos os profissionais”, disse.

Em 2018, “Pense: pode ser Sepse?” foi o slogan da campanha mundial de prevenção à doença. “É um tema que não pode deixar de ser trabalhado. Ele serve para nos lembrar que sempre que o paciente apresente dois indicadores da doença é preciso questionar se pode ser Sepse. Queremos que o paciente chegue ao hospital o mais rápido possível, pois isso faz a diferença par a sobrevivência do paciente”, destacou Tereza Tenório.

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