Dia do Médico é marcado pelo Almoço com o Provedor
O Almoço com o Provedor da última sexta-feira (18), reuniu alguns nomes do corpo clínico da Santa Casa de Misericórdia de Maceió. O encontro marcou as comemorações do Dia do Médico. Rosas e terços foram distribuídos aos convidados.
Após as apresentações, com nome, especialidade e onde se formaram, Humberto Gomes de Melo, provedor da instituição, deu início a roda de conversa. “Sou médico há 54 anos e estou como provedor há 16 anos. Entendo que o diálogo é o melhor caminho para toda as situações, por isso, eu e minha esposa, pensamos num encontro onde fosse possível ouvir os colaboradores. Hoje temos médicos da instituição. Uma alegria imensa tê-los nesta edição no Dia do Médico”, disse o gestor.
Helen Arruda, coordenadora do Serviço de Geriatria, falou sobre a evolução da área na Santa Casa de Maceió. “Começamos com dois médicos e hoje temos dez. Temos 33 leitos, mas atendemos cerca de 48 pacientes por dia. Crescemos muito com o Programa de Residência Médica (PRM), temos o ambulatório do SUS e um grupo de Envelhecimento Ativo, que passou de 90 para mais de 200 integrantes. São pessoas com mais de 50 anos, alguns participam desde o início do projeto, há dez anos, que recebem orientação sobre como envelhecer bem. A Geriatria cresce e sempre peço um hospital ao provedor”, pontuou a especialista.
“Na canonização de Irmã Dulce vi muita coisa na TV sobre o hospital que ela criou. Ele tem 994 leitos para o SUS. A ocupação, no ano passado, segundo o DATASUS, foi de 85%. Temos tido dificuldade para adequar nossa estrutura de 168 anos com o hospital funcionando, por isso sempre tem leito fechado para se adequar às normas sanitárias. A Geriatria tem sido um exemplo. Passou da unidade onde ficava a maternidade, foi para a unidade Santana e Joaquim, com 18 leitos, e depois surgiu a oportunidade de levar o serviço para o terceiro andar com 32 leitos. Também surgiu a oportunidade de criamos leitos para convênios na Santa Casa Rodrigo Ramalho e fizemos uma adaptação. Estamos levando sete leitos para a Santa Casa Farol, que tem a UTI geral. Vamos precisar do hospital que Dra. Helen está pedindo”, falou o provedor.
Reconhecimento
Dr. Aldo Calaça falou da evolução na área da Neurocirurgia. “Estamos cientes dos desafios que temos pela frente. A neurocirurgia é uma especialidade de alta complexidade e de alta dependência, desde a formação adequada do profissional, até a estrutura para atender o paciente. Isso leva tempo. Mas vivemos o melhor momento da Neurocirurgia dentro da Santa Casa de Maceió. O serviço tem seu trabalho reconhecido no cenário nacional e, recentemente, um trabalho do hospital foi publicado numa revista latino-americana de Neurologia. Temos uma equipe muito boa, com vários profissionais de várias subespecialidades”, destacou o médico.
Oncologia em evolução
“Acompanhei a evolução do atendimento aos pacientes da Santa Casa de Maceió, e a modernização da instituição sempre me deixou muito empolgado”, disse o médico Euclides Ferreira Lima, que tem mais de 50 anos de trabalho dedicado à Santa Casa de Maceió. Hoje ele faz parte da diretoria Administrativa e Financeira da instituição.
A oncologista Andrea Amorim destacou as conquistas da área na instituição. “Temos o conceito de integrar todas as especialidades da área. Um processo que vem sendo aplicado há um ano e meio e já temos melhorias na radioterapia, aquisição de novos profissionais, com um médico prata da casa fazendo sua graduação em oncogenética. Em um ano teremos um oncogeneticista no serviço, um ganho que não temos como mensurar. Acredito que vamos seguir nessa liderança, tanto pela estrutura como pelo corpo clínico. Temos uma grande parceria com o A.C. Camargo. Estamos com a primeira turma com oito profissionais com mestrado em curso. Vai ser um grande ganho no atendimento, na nossa formação. Também estamos implementando a pesquisa Clínica de Oncologia na Santa Casa de Maceió. Mais um marco para a instituição”, disse a especialista.
“Temos uma tradição na oncologia. Inauguramos o primeiro espaço de tratamento de câncer em 1947 com o Dr. Ib Gatto Falcão. O que existia antes do provedor iniciar sua gestão era um serviço muito acanhado. Agora vemos que a oncologia acompanha a evolução mundial, não apenas nas suas instalações, em estrutura, mas com a aquisição de profissionais e a adequação às normas ministeriais. Oferecemos todas as fases de tratamento que termina com os cuidados paliativos. Em breve, a Santa Casa de Maceió terá três aceleradores lineares, ampliando o atendimento à população”, reforçou o radioterapeuta, Marcos Davi.
A evolução do serviço de Oncologia é construída em várias frentes. Espelhada no Hospital A.C. Camargo, a Santa Casa se prepara para abrir um Câncer Center. “A Santa Casa de Maceió atende todos os pré-requisitos para abrir o Câncer Center, pois trabalha com ensino, pesquisa e assistência. Vamos atingir um outro público, fora do Centro, e ficaremos mais perto dos pacientes”, disse Aldo Barros, coordenador médico do Serviço de Cirurgia Oncológica.
“Em 2014 aceitei o desafio de ser coordenador da Cirurgia Oncológica, principalmente devido ao cenário que a Santa Casa tem no estado. O ganho que tivemos nos últimos 5 ou 6 anos foi exponencial, não apenas no número de cirurgias, mas das complexidades. Hoje fazemos cirurgias que antes não eram feitas em Alagoas. A chegada de novos colegas fez o cenário mudar. Um desafio muito grande, mas que, com a Residência Médica, tivemos um crescimento muito importante, onde os serviços se integram, pois a base da oncologia é a multidisciplinaridade”, completou o oncologista.
O superintendente de Engenharia e Infraestrutura, Carlos André de Mendonça Melo, explicou o trabalho feito para atender as demandas por espaço na instituição. “Cumprimos a legislação, fielmente, no atendimento do paciente do SUS, e há muito tempo buscamos espaços para atender a demanda de convênio. Encontramos um espaço pronto dentro do Instituto da Mama, destinado à oncologia com sete poltronas e dois apartamentos, quatro consultórios e farmácia com capela do fluxo-laminar. Junto com todos os profissionais da linha oncológica vimos que seria uma parceria interessante para a população. Em 30 dias, possivelmente, o novo serviço seja aberto”, disse.
Resgate da Cardiologia
O cardiologista José Mario Martiniano relembrou de momentos turbulentos que o serviço passou. “Sofremos com um golpe calunioso, veiculando que a Cardiologia da Santa Casa de Maceió, tinha acabado. O provedor Humberto nos deu um ressurgimento de uma maneira muito mais atuante. Tínhamos uma UTI obsoleta. Hoje temos uma UTI de primeiro mundo. Conversando com o Dr. Eolo e ele me disse que o hospital oferta um atendimento ao paciente SUS que não vejo em lugar nenhum. É o mesmo destinado ao paciente particular ou de convênio. Essa dívida que a Cardiologia tem com Dr. Humberto é impagável. Ainda não a retribuímos a altura. Mas quero agradecer essa generosidade da provedoria. Nossa enfermaria tem ar condicionado, alimentação boa. Eu que já cheguei a dormir no chão, nosso espaço para descanso é quase um hotel”, disse o coordenador do Serviço de Cardiologia.
“Para quem estava chegando foi um momento complicado. Mas percebi algo maior, que a Santa Casa é um hospital estruturado de uma maneira geral. Como em qualquer outro grande hospital do mundo, não existe um médico tal da Cardiologia ou da Oncologia. O serviço é do hospital e se segura independente de quem passe por ali. Os colegas se ajudam. Após a reformulação a Cardiologia está sendo reestruturada. Na cirurgia a preocupação era manter os bons resultados com a possibilidades da vinda de novos procedimentos”, completou o Dr. Eolo Ribeiro de Alencar Neto.
Agradecimentos
“Quero agradecer a todos os coordenadores e médicos que, ao lado do provedor, fortalecem a Santa Casa de Maceió. Tem um autor que diz que um bebê sem a mãe não existe. Para o bebê não importa que ela tenha prata, mas sua doação. A Santa Casa de Misericórdia de Maceió precisa de vocês como médicos”, disse a psicanalista Rosinete de Mendonça Melo, uma das idealizadoras do Almoço com o Provedor.
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