Refluxo gástrico pode ser confundido com doenças cardíacas e pulmonares
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma patologia crônica de grande prevalência na população e um dos motivos mais frequentes de consulta ao gastroenterologista. Conforme esclarece Daniel Veras, gastroenterologista da Santa Casa de Maceió, a DRGE caracteriza-se pelo retorno do conteúdo existente no estômago para o esôfago e órgãos adjacentes, levando o paciente a sentir sintomas, como azia, e acarretando lesões na parede do esôfago entre outras complicações.
O sintoma mais comum do refluxo gastroesofágico é mesmo a azia, que incide em 10% a 20% da população. A queimação na região gástrica ou torácica pode ser muito intensa, assemelhando-se à dor cardíaca. “É comum o paciente dirigir-se a uma emergência cardiológica, quando na verdade se trata da doença do refluxo”, acrescentou.
A literatura médica ainda não descobriu o que provoca a DRGE. Sabe-se apenas que vários fatores desencadeiam em algum momento a doença. “Ao apresentar falha, o esfíncter (anel) que separa o estômago do esôfago começa a permitir que o suco gástrico e o bolo alimentar voltem ao esôfago, chegando a ter reflexos até na cavidade bucal”, detalhou Daniel Veras.
Há ainda outro complicador. Para alcança o estômago, os alimentos passam pelo esôfago e pelo hiato – um orifício do músculo diafragma que separa o tórax do abdômen. “Se houver um alargamento deste orifício, a parte superior do estômago pode mover-se para o tórax, formando a chamada hérnia de hiato. Esta condição é frequentemente encontrada em pacientes com a doença, predispondo e intensificando o refluxo, embora possa atingir indivíduos assintomáticos”, finalizou.
A lista de sintomas é longa. Devem ser observados sinais como dor torácica (na região do peito), engasgos noturnos, dificuldade de deglutição, tosse, pigarros, rouquidão, aftas orais, asma, bronquite crônica, sinusite, otites, pneumonias, erosão nos dentes e apneia do sono (dificuldade de respirar ao dormir).
O tratamento pode ser clínico ou por meio de cirurgia, quando a primeira opção não surte bons resultados. A agressão contínua da mucosa pode originar erosões, úlceras e até o estreitamento do esôfago, levando a hemorragia, anemia, dificuldade de deglutição e podendo agravar-se até mesmo para o câncer.
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