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Existe uma discreta transformação ocorrendo no setor de logística hospitalar enquanto você lê esta reportagem. Sabe onde está ocorrendo esse movimento e quem são os primeiros beneficiados? Os pacientes internados na Santa Casa de Maceió.
Conforme explica o superintendente de Assistência e Suprimentos da Santa Casa de Maceió, Severino Moura, a instituição adotou um novo paradigma na relação com sua rede de distribuidores e fabricantes de medicamentos e materiais hospitalares, beneficiando os pacientes por reduzir as chances de falta de medicamentos nos estoques do hospital.
O que diferencia a experiência alagoana de outras iniciativas existentes no país é que os resultados são positivos não somente para o hospital e seus pacientes, mas também para as próprias empresas, criando um circulo virtuoso onde o baixo índice de não conformidades nas entregas de medicamentos, por exemplo, impacta na melhoria de processos e, inclusive, no faturamento do próprio fornecedor.
Estamos falando do programa Avaliação e Qualificação de Fornecedores, implantado pela área de Assistência e Suprimentos. A iniciativa busca reduzir situações indesejáveis na logística de suprimentos hospitalares, como atrasos, perdas ou simplesmente o não envio dos produtos.
“Quando isso ocorre, o hospital precisa recorrer à rede varejista de farmácias da cidade, que pode inclusive não ter o item em estoque ou cobrar muito mais caro pelo mesmo”, explica o superintendente Severino Moura.
“Quando um fornecedor atrasa ou deixa de entregar determinado medicamento, por exemplo, o sistema registra o evento como uma não conformidade, compondo um ranking dos melhores fornecedores”, explicou Moura.
“O diferencial da Santa Casa de Maceió em relação à prática do mercado é que a instituição convida o fornecedor a apresentar um plano de ação para corrigir eventuais não conformidades ao invés de apenas rescindir contrato. A transparência é uma importante qualidade da instituição”, comentou o gerente regional da B. Braun, Giovanni Henriques. O resultado dessa parceria, no caso da B. Braun, é que o laboratório criou um pioneiro plano B para intervir em caso de intercorrências no seu setor de logística. “Se por algum motivo não pudermos atender ao pedido da Santa Casa, um distribuidor é acionado imediatamente”, comentou Giovanni Henriques.
“A Santa Casa de Maceió está entre os maiores clientes da B. Braun no Brasil, sendo a primeira a implantar um sistema de gerenciamento de bombas de infusão. Outros grandes hospitais brasileiros estão iniciando este processo somente agora”, acrescentou Henriques, lembrando o interesse da empresa alemã em não apenas fornecer medicamentos, mas manter uma parceria técnico-científica, incluindo a avaliação de novos produtos e processos.
A B.Braun iniciou a parceria com a Santa Casa de Maceió há quatro anos, ocupando hoje o primeiro lugar no ranking de fabricantes de medicamentos com menor índice de não conformidade (3,1%). Já no ranking dos distribuidores, a Mostaert lidera com 0,6%. Essa lista considera fornecedores com mais de cem notas fiscais emitidas por ano.