Cirurgia em paciente com “situs inversus” é destaque em congresso nacional de cirurgia bariátrica
Uma cirurgia metabólica, realizada em agosto de 2016 na Santa Casa de Maceió, foi considerada o melhor trabalho apresentado no 18º Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, realizado em Florianópolis (SC).
Uma comissão de especialistas agraciou o cirurgião alagoano Antonio de Pádua com o primeiro lugar porque o procedimento apresentou dificuldades técnicas devido ao perfil do paciente.
Ele tinha obesidade morbidade, diabetes militus tipo 2 e hipertensão arterial. Até aí, um quadro clínico comum aos mais de 7 milhões de obesos mórbidos do País.
O que diferencia o caso – e que foi destaque no congresso – é o fato de o paciente ser portador de “situs inversus”, condição congênita que atinge 1 a cada 20 mil nascidos e que leva os órgãos internos do tórax e abdômen ficarem em posições invertidas, incluindo coração, fígado, pâncreas, baço, estômago entre outros.
Para o leigo, esse “pequeno” detalhe da inversão dos órgãos internos pode não significar nada, mas para os cirurgiões representa inverter tudo no centro cirúrgico: a posição das ferramentas, a posição dos médicos em relação ao paciente, a movimentação do instrumental dentro do paciente e até mesmo a mão que o médico usa para movimentar a ótica, pinças e bisturi.
“Equivale a um destro realizar uma tarefa complicada usando a mão esquerda e foi isso o que chamou a atenção da comissão”, comentou Pádua.
O cirurgião Antonio de Pádua afirmou sentir-se honrado com o reconhecimento de seus pares ao tempo em que compartilhou a conquista com sua equipe, os cirurgiões Amauri Campos e Anderson Teixeira, a anestesista Marta Medeiros e a instrumentadora Margarida Vicente.
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