Má higienização está entre maiores causas de câncer de pênis
A pergunta parece simples, mas pode evitar uma doença rara, e, que, em casos graves, exige amputação: você sabe lavar o seu pênis? No Brasil, o câncer deste órgão representa 2% de todos os tipos de tumor que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Sudeste, Nordeste e Norte, com média anual de 400 óbitos no País.
Para fazer uma higiene adequada, deve-se puxar a pele que cobre a extremidade do pênis para trás e lavá-la com água e sabão de pH neutro. No final do banho, é também importante voltar a puxar a pele do órgão sexual para trás e secar bem a região que fica por baixo do prepúcio.
Mas não é apenas a má higienização que ameaça a vida de possíveis doentes. O urologista da Santa Casa de Maceió, Mário Ronalsa, explica que outros fatores de risco aumentam as chances de desenvolver esse tipo de câncer, como fimose, zoofilia (sexo com animais) e doença sexualmente transmissível (papiloma vírus humano – HPV).
“Esses fatores ficam mais evidentes em regiões mais pobres, como Norte e Nordeste, onde a deficiência socioeconômica e cultural é forte”, disse o especialista.
Considerado raro, o câncer de pênis começa de forma assintomática com pequenas lesões que não se curam. Ele pode surgir no órgão ou apenas na pele que o cobre, provocando mudanças na cor e textura da pele, assim como surgimento de nódulos ou feridas que demoram muito tempo para desaparecer. A maior incidência é em homens a partir dos 50 anos, mas também atinge os mais jovens.
De acordo com o Sistema de Informações Hospitalares (SIH/Datasus) do Ministério da Saúde, nos últimos 14 anos foram registradas 7.213 amputações do órgão pela doença. Os dados, levantados pelo Ministério da Saúde, foram divulgados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) em março deste ano.
“Não temos números atualizados do câncer de pênis em Alagoas; mas, em 2007, um trabalho da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) demonstrou que se amputava um pênis a cada 13,5 (treze dias e meio) em nosso Estado”, destacou o especialista.
O diagnóstico é estritamente clínico, ou seja, a identificação do tumor se faz com exame físico local pelo médico. O tratamento tem como objetivo a excisão (retirada) do tumor peniano, tentando preservar a parte do pênis livre do câncer.
No entanto, em alguns casos há necessidade de amputação parcial ou mesmo total do pênis. Em estágio final da doença, os médicos podem lançar mão da quimioterapia ou da radioterapia como opções terapêuticas.
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