Projeto Mama esclarece dúvidas sobre saúde bucal e inibidores de osteólise
Realizada uma vez por mês, a edição de setembro do Projeto Mama – Mulheres Vencedoras, coordenado pelo Serviço de Psicologia da Santa Casa de Maceió, trouxe como tema “A atuação dos inibidores de osteólise e suas repercussões na cavidade bucal”. A odontóloga oncológica e hospitalar, Fernanda Mota, falou sobre possíveis efeitos colaterais que podem surgir em decorrência do tratamento contra o câncer.
“Os inibidores de osteólise, medicamentos que alteram o metabolismo ósseo, inibindo a reabsorção do tecido ósseo, diminuindo dor mas, eventualmente, pode apresentar como reação adversa a osteonecrose dos maxilares. Utilizados nos casos de carcinomatose com metástase óssea, osteoporose, e Doença de Pagê. A osteonecrose mandibular é uma lesão rara. Mas é preciso redobrar os cuidados quando se foi ou ainda é paciente oncológico que faz ou fez uso dessas medicações, pois elas se acumulam em todo o tecido ósseo e permanecem por longos períodos de tempo”, alerta a especialista.
Fernanda Mota ressalta que a saúde bucal está interligada. “Hoje em dia sabemos que a higiene bucal é responsável pela ativação ou até piora de várias doenças em todos os sistemas do nosso corpo, como o pulmonar, o cardíaco, aumentando o risco de AVC e diabetes, além do câncer de boca. Então devemos ficar atentos à saúde bucal em todas as fases da vida”, disse a especialista.
Composto por 50 pacientes e ex-pacientes mastectomizadas, o grupo do Projeto Mama – Mulheres Vencedoras aproveitou mais uma edição da iniciativa para tirar dúvidas. “A palestra foi muito boa. Doutora Fernanda falou o que precisávamos ouvir, que precisamos nos cuidar”, disse Damares Borges, 78 anos, que teve câncer em 2013 e há dez anos participa do projeto.
“Eu amo esse grupo. Fiquei dois meses sem poder vir por conta de algumas dificuldades, mas estava sentindo falta tanto das palestras, como das meninas. É um grupo muito animado, que já passou por dificuldades, algumas estão passando, mas têm uma vontade de viver que admiro. Venho para recarregar as energias”, completou Damares.
A cada edição, profissionais de diferentes áreas conversam e desmistificam alguns temas e informações sobre o câncer de mama. Para Fernanda Mota, a importância de projetos como o promovido pela Santa Casa de Maceó, em parceria com a Rede Feminina de Combate ao Câncer, está na divulgação da informação. “Mesmo que, às vezes, não seja a sua situação, você está ganhando conhecimento para repassar para uma amiga, uma colega, para uma vizinha, ou mesmo para alguém com quem cruza no próprio hospital”, pontuou.
Ao final de cada encontro, realizado sempre na última segunda-feira do mês, é reservado um momento com as psicólogas da instituição e as mulheres do projeto, sem a presença de seus acompanhantes. “O espaço é aberto para que as participantes falem sobre si e o que as tem impactado em relação a parte emocional frente ao diagnóstico e o tratamento do câncer”, finalizou a psicóloga Kelly Costa.
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